Proposta proíbe subir salário mínimo acima da inflação por 2 anos em crises
Resumo da notícia
- Proposta faz parte das medidas de emergência a serem adotados pela União, por estados e municípios em crise fiscal
- Em abril, o governo já havia decidido acabar com o reajuste real do mínimo, dando apenas a correção pela inflação
- O ministro da Economia, Paulo Guedes, já declarou que o aumento real do mínimo só será concedido após a aprovação do ajuste fiscal
Uma das propostas enviadas pelo governo de Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional estabelece medidas de emergência a serem adotados pela União e por estados e municípios em situação de grave crise nas contas públicas. Uma delas proíbe reajustar o salário mínimo acima da inflação por dois anos.
Segundo a proposta, as medidas emergenciais poderão ser adotadas pelo governo federal se o Congresso autorizar o descumprimento da chamada Regra de Ouro, que impede o governo de se endividar para pagar gastos básicos. Para estados e municípios, a emergência acontece quando as despesas ultrapassarem 95% das receitas. A proposta ainda será analisada pelo Senado e, se aprovada, seguirá para a Câmara dos Deputados.
Governo já previa fim do aumento real
Em abril, o governo já havia decidido acabar com o reajuste do salário mínimo acima da inflação, dando apenas a correção pela inflação medida pelo INPC (Índice Nacional do Preços ao Consumidor).
A decisão representou uma mudança em relação ao modelo de reajuste do mínimo adotado por lei a partir de 2007, nos governos do PT, e que perdeu validade em 1º de janeiro deste ano.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, havia afirmado que o salário mínimo só teria aumento real, acima da inflação, se fossem aprovadas as reformas fiscais.
Mínimo de R$ 1.039,00 em 2020
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pelo Congresso em outubro, prevê salário mínimo de R$ 1.040 em 2020. O governo, porém, já atualizou esse valor e anunciou, em agosto, que o mínimo deve ser R$ 1 menor, de R$ 1.039.
A mudança está prevista no Ploa (Projeto de Lei Orçamentária Anual) que ainda tramita no Legislativo. Essa diminuição foi causada pela mudança na previsão de inflação, usado pelo governo para calcular o reajuste do mínimo.
Situação de emergência fiscal
A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) apresentada pelo governo inclui medidas permanentes e temporárias de ajuste nas contas de União, estados e municípios em caso de emergência fiscal.
No caso das medidas temporárias, elas valerão por dois anos e incluem a redução da jornada e salário dos servidores públicos em até 25%. No estado de emergência:
- Os entes da federação não podem promover funcionários, com exceção de serviço exterior, judiciário, membros de MP, policiais e militares;
- Também ficam impedidos de dar aumento de salário, criar cargos, reestruturar carreiras, fazer concurso ou criar verbas indenizatórias;
- Fica suspensa a criação de despesas obrigatórias e de benefícios tributários;
- Permite redução de até 25% da jornada de trabalho (e dos vencimentos) dos servidores.
Entre as medidas permanentes está a previsão de uma lei complementar para definir indicadores, níveis sustentáveis de endividamento e regras para a dívida pública.
Veja mais economia de um jeito fácil de entender: @uoleconomia no Instagram.
Ouça os podcasts Mídia e Marketing, sobre propaganda e criação, e UOL Líderes, com CEOs de empresas.
Mais podcasts do UOL em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.