'Se fizer muita besteira, dólar pode ir a R$ 5', disse Guedes há uma semana
Logo após a abertura dos negócios de hoje, o dólar comercial chegou a superar R$ 5 pela primeira vez na história. A marca foi rompida uma semana após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que a moeda norte-americana alcançaria tal patamar se "muita besteira" fosse feita.
Questionado por jornalistas na última quinta-feira (5), durante evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), sobre a possibilidade de a cotação do dólar chegar a R$ 5, Guedes respondeu: "É um câmbio que flutua. Se fizer muita besteira pode ir para esse nível. Se fizer muita coisa certa, ele pode descer".
O ministro ainda afirmou na ocasião que outros fatores inesperados poderiam levar o dólar a R$ 5, como a saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ou do Presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
"Se o presidente pedir para sair, se o presidente do Congresso pedir para sair... se todo mundo pedir para sair... se todo mundo falar que... entende... se tiver... bom, às vezes eu faço algumas brincadeiras de professor e isso vira coisa errada", disse Guedes.
Questionado hoje em Brasília sobre a alta do dólar e as declarações da semana anterior, o ministro afirmou que "não disse besteira do governo". "Você se lembra que usei expressão diferente, disse: olha, se o presidente, se o ministro, se a oposição, se o Congresso... Então... E é exatamente sinal como esse", disse a jornalistas.
O que fez o dólar ir a R$ 5?
Há uma semana, quando Guedes fez essas declarações, o dólar vinha batendo seguidos recordes e rondava a casa dos R$ 4,60. Mas não foi uma besteira do ministro que fez a moeda saltar e chegar aos R$ 5.
Vários fatores contribuíram para essa alta, entre eles a pandemia do novo coronavírus, a guerra nos preços do petróleo no mercado internacional, a suspensão de viagens da Europa para os Estados Unidos.
OMS declara pandemia do coronavírus
Ontem, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou uma pandemia do coronavírus, o que significa que há uma transmissão recorrente em diferentes partes do mundo e de forma simultânea.
Os mercados reagiram com força, temendo impactos na economia mundial por causa de medidas adotadas pelos governos para conter o avanço da epidemia.
O banco central britânico cortou sua taxa de juros, e a Itália aumentou os gastos diante de um crescente números de infectados e mortos no país. Na semana passada, os EUA já haviam feito um corte emergencial em sua taxa de juros.
No Brasil, Guedes afirmou que foi buscado um entendimento com o Congresso para disponibilizar até R$ 10 bilhões para o combate ao coronavírus no país.
Suspensão de viagens da Europa para os EUA
Na noite de ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a suspensão de parte das viagens vindas da Europa pelos próximos 30 dias. As restrições, tomadas em função da pandemia do coronavírus, começam amanhã (13), a partir da meia-noite, e não se aplicarão ao Reino Unido.
Com a medida de Trump, passageiros com viagem agendada terão de remarcar voos e o comércio internacional fica comprometido, elevando os riscos de uma recessão econômica.
Guerra nos preços do petróleo
Na segunda-feira (9), os preços do petróleo no mercado internacional, que já vinham caindo por causa das preocupações com o avanço do coronavírus, despencaram por causa de um impasse envolvendo a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
O bloco propôs um corte na produção de petróleo para segurar os preços, mas a Rússia recusou. Como resposta, a Arábia Saudita, maior produtora mundial da commodity, baixou seus preços e sinalizou que aumentará a produção para ganhar participação no mercado. A disputa comercial fez a cotação do petróleo ter a maior queda desde a Guerra do Golfo.
Veja mais economia de um jeito fácil de entender: @uoleconomia no Instagram.
Ouça os podcasts Mídia e Marketing, sobre propaganda e criação, e UOL Líderes, com CEOs de empresas.
Mais podcasts do UOL no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.