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Agências de publicidade apostam em liderança compartilhada; veja 5 lições

Mathias Pape/UOL
Imagem: Mathias Pape/UOL

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/03/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Agências têm apostado em modelos diferentes
  • Pontos de vista diferentes e comunicação constante são pontos fundamentais
  • Segundo executivos, ego também precisa ser deixado de lado

Algumas agências de propaganda têm olhado para uma nova forma de liderança, compartilhada entre dois ou mais executivos.

Quais são as lições e os pontos positivos deste modelo?

A Wieden+Kennedy, agência escolhida na semana passada pela Fast Company como a mais inovadora do mundo, atua globalmente dessa forma. O escritório de São Paulo é comandado por três líderes desde que a agência chegou ao país, em 2010.

No momento, a liderança é dividida entre Fernanda Antonelli, Eduardo Lima e Renato Simões. São sempre dois profissionais de criatividade e um de negócios. Para Fernanda, isso dá agilidade aos processos internos.

"Cada um empresta o que sabe fazer de melhor para o negócio. Mas precisamos sempre comungar dos mesmos objetivos, respeitando a opinião e o expertise de cada um", disse a executiva.

O sucesso da liderança compartilhada depende da definição de territórios e conhecimentos de cada um, disse Fernanda. "A escolha de personalidades que vão se dar bem é fundamental. Não existe espaço para ego. Trabalho sempre vem em primeiro lugar".

Copresidência e respeito

A Africa, por sua vez, tem dois copresidentes há cerca de oito anos: Marcio Santoro e Sergio Gordilho.

"Nós nos complementamos. Vivemos num formato 'garfo e faca'. Eu lido mais com a criatividade pura, e ele foca nos números. A complementariedade é muito importante para o nosso negócio. No final do dia, o foco é no resultado", afirmou Gordilho.

Segundo o executivo, o respeito é muito importante. "Durante um tempo, disputamos se a agência iria pelo caminho criativo ou orientada pelos negócios. Chegamos a um consenso, que foi super importante. A alma do nosso negócio, por exemplo, é criativa", declarou.

Não é só na direção

Mas não é só na direção que as agências têm dividido suas lideranças. Áreas menores também têm exemplos de coliderança. A W3haus, por exemplo, conta com dois diretores de criação (Duda Bom Queiroz e Daniele Almeida) desde junho do ano passado.

Segundo Larissa Magrisso, vice-presidente de Criação da agência, pontos de vista divergentes podem somar para o resultado final. Para ela, a base é formada por comunicação e confiança. "O líder tem que ser aquela pessoa que mata o problema no peito e ensina o caminho. Temos que ter, também, pessoas abertas à colaboração", declarou a executiva.

Para Daniele, há também um importante período de adaptação. "Temos que compactuar regras e criar mecanismos de atenção. A equipe, por exemplo, não pode se preocupar com quem deve realizar alinhamentos de trabalho", diz. "Bancar a decisão do outro líder é fundamental", declarou Duda.

Larissa, por sua vez, indica cinco pontos fundamentais para o sucesso do trabalho:

  1. comunicação tem que ser constante
  2. pontos de vista diferentes são sempre positivos
  3. líderes precisam deixar egos de lado
  4. confiança nos pares é fundamental
  5. seleção dos escolhidos é chave para o sucesso

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