Governo zera projeção para crescimento do PIB em 2020 por coronavírus
O governo brasileiro praticamente zerou a expectativa de crescimento da economia para este ano. O Ministério da Economia cortou, nesta sexta-feira (20), a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,1% para 0,02%. Há dez dias, o governo já havia reduzido a previsão de crescimento da economia, de 2,4% para 2,1%.
A redução drástica da previsão mostra a rápida deterioração das expectativas em meio ao avanço do coronavírus e seu dramático impacto na economia.
Ainda assim, a previsão do governo é mais otimista do que a de outros analistas.
Analistas veem economia encolhendo
Um estudo do Centro de Macroeconomia Aplicada da FGV (Fundação Getulio Vargas) indicou que a pandemia pode provocar uma perda de até 4,4% no PIB brasileiro neste ano.
Os bancos JPMorgan e Goldman Sachs também passaram a prever contração da economia brasileira neste ano. O JPMorgan projeta declínio de 1% no PIB em 2020, ante expectativa anterior de crescimento de 1,6%. O Goldman Sachs cortou sua projeção, de expansão de 1,5% para contração de 0,9%.
Efeitos do coronavírus não foram subestimados, diz secretário
Em coletiva de imprensa pela internet, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, defendeu que a nova estimativa, de alta de 0,02%, é a melhor que poderia ser feita no momento, considerando os dados atuais.
"De maneira alguma efeitos (do coronavírus) foram subestimados, tão logo a situação econômica se deteriorou, rapidamente o governo anunciou medidas", afirmou ele.
Ainda assim, ele afirma que os impactos da pandemia na economia são de difícil previsão e indicou que o dado pode ser revisto em breve.
"Há uma série de fatores que ainda são de difícil previsão", afirmou, citando o tempo de duração da crise atual e a real magnitude da crise em outros países.
Dentre os fatores que mais pesaram no corte do PIB, Sachsida citou a grande parada que o mundo está sofrendo, com impacto sobre parceiros comerciais importantes do Brasil, como Estados Unidos, China e Argentina, além da interrupção do comércio doméstico por decretos de estados e municípios.
"Quando você elabora uma lei estadual ou municipal fechando o comércio por 30 dias, shoppings por 40 dias, certamente entendemos e respeitamos aspecto humano, mas efeito econômico dessas medidas acaba sendo muito forte", afirmou ele.
Inflação a 3,05% e dólar a R$ 4,35
Para a inflação, a equipe econômica do governo agora vê alta de 3,05% neste ano, contra percentual de 3,12% antes. Já a projeção para o preço médio do petróleo Brent caiu de US$ 52,70, na semana passada, para US$ 41,87 por barril. Para o dólar, a estimativa agora é de R$ 4,35, comparado a R$ 4,20 antes.
(Com Reuters)
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