Pesquisa: 11% perdem emprego, 69% cortam gastos e 56% devem atrasar dívidas
Resumo da notícia
- Pesquisa do BTG Pactual e FSB Pesquisa mostra impacto da pandemia do novo coronavírus no país
- Para 36% dos entrevistados, as medidas do governo tomadas até agora são pouco suficientes ou nada suficientes
- Levantamento ouviu 2,1 mil brasileiros nos dias 26 e 27 de março
Pesquisa revela que a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus no Brasil já provocou a perda de emprego para 11% das pessoas e obriga 69% a cortarem gastos na família, enquanto 56% dos entrevistados afirmam que vão atrasar o pagamento de dívidas. É o que aponta a pesquisa "Os brasileiros e o coronavírus - visões sobre a pandemia e seus impactos econômicos", realizada pela FSB Pesquisa para o banco BTG Pactual.
Pouco mais da metade dos entrevistados (51%) acha que deve ser total o isolamento das pessoas, enquanto 42% acham que só pessoas em grupos de maior risco deveriam ficar em casa.
Sobre as medidas anunciadas pelo governo, 36% disseram ser pouco suficientes (28) ou nada suficientes (8%). Uma fatia de 37% considera as medidas mais ou menos suficientes, e 27% entendem como suficientes (21%) ou muito suficientes (6%).
Emprego e renda
A pesquisa mostra que 11% já perderam emprego após a pandemia. A demissão é maior ainda entre os que ganham menos (19% para os que têm renda familiar de até um salário minimo, e só 1% para os que com renda familiar de mais de cinco salários mínimos).
Os cortes também atingiram mais as mulheres (15%) do que os homens (8%). Ainda segundo a pesquisa, 43% disseram ter medo grande ou muito grande de perder emprego (22% e 21%, respectivamente).
Dos entrevistados, 46% disseram que já tiveram ou acham que terão redução parcial ou total de renda (15% ficaram totalmente sem renda, 11% tiveram redução parcial, 17% esperam ter redução parcial e 3% acham que perderão totalmente a renda).
Impacto na economia
Para 84% das pessoas, o impacto da covid-19 na economia será grande (28%) ou muito grande (56%).
Com relação à duração dessa crise:
- para 24% dos entrevistados, a crise passa em até três meses
- para 20%, o problema vai durar até seis meses
- 18% projetam um ano de dificuldades
- e 19% são mais pessimistas, trabalhando com um cenário em que a situação não se resolve antes de dois anos (8%) ou em mais de dois anos (11%)
Mais dívida e menos gastos
Para 56% dos entrevistados, será necessário atrasar o pagamento de alguma dívida por causa da situação atual. Para 69%, haverá necessidade de cortar gastos na família.
Entre os entrevistados, 69% afirmam que já reduziram gastos com o isolamento. Desse universo, 47% afirmam que o grau de redução dos gastos foi médio, 18% teve cortes grandes e 10% apontaram uma redução muito grande.
Um grupo de 60% afirma que manteve compra de comida em supermercados, mercearias e sacolões, enquanto 26% reduziram. A pesquisa aponta ainda que 47% reduziram compra de comida pronta, e que 69% mantiveram internet e TV a cabo.
O setor que teve mais redução de gastos em compras foi o de roupas. Entre os entrevistados, 64% reduziram despesas nesse setor.
Metodologia da pesquisa
O trabalho entrevistou, por meio de telefones fixos e móveis, nos dias 26 e 27 de março, 2.132 pessoas com idade a partir de 16 anos, nos 26 estados e no Distrito Federal.
A margem de erro no total da amostra é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
A amostra é controlada a partir de quotas de: sexo, idade, região e tipo de telefonia (fixa e móvel).
Após a pesquisa, foi aplicado um fator de ponderação para corrigir eventuais distorções em relação ao plano amostral. Devido ao arredondamento, a soma dos percentuais pode variar de 99% a 101%.
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