Rio tem aglomeração de idosos em banco e fila na rua no 2º dia útil do mês
Mesmo com recomendação de quarentena para conter o avanço da pandemia de covid-19 no Rio, idosos têm se aglomerado nos bancos em busca de atendimento. No bairro do Catete, na zona sul da cidade, era possível observar longas filas e clientes próximos uns dos outros.
Em uma das agências, no espaço destinado ao autoatendimento, havia uma demarcação no chão que os clientes deveriam obedecer, mas o número de pessoas era grande, o que inviabilizava cumprir a distância recomendada de um para outro. No local, havia muitos caixas eletrônicos sem funcionar e outros sem dinheiro.
Isso é uma falta de respeito. Segundo dia útil do mês. O banco sabia que ia ficar cheio e não tomou nenhuma medida para evitar esse amontoado de pessoas aqui.
Maria das Acácias, 72, pensionista
A mesma reclamação foi ouvida de outra pensionista.
Não tem jeito, preciso estar aqui e estou me sentindo desprotegida e exposta. A ordem é ficar em casa e sair quando necessário, mas não nos dão suporte para o mínimo necessário.
Élida Aguiar, 78, pensionista
Depois de um tempo, ela acabou desistindo.
Eu desisti e tô indo embora. Tentar voltar mais tarde, de repente está mais vazio. Não vou ficar aqui respirando em cima dos outros. Além do dinheiro, vou acabar pegando outra coisa também [se referindo ao vírus].
Élida Aguiar, 78, pensionista
Controle de entrada
Na rua do Catete, uma fila se formava do lado de fora da agência de outro banco, localizado dentro de uma galeria comercial. Com as portas abaixadas e uma leve abertura, um funcionário regulava a entrada e saída de clientes. Na fila, pessoas aguardavam para poder entrar no banco —muitas delas usando máscaras.
Em outro banco no mesmo bairro, a situação era a mesma. A entrada de clientes era controlada para evitar aglomeração dentro da agência. Uma fila também tomava conta da calçada, com os clientes bem próximos uns dos outros.
Justiça libera ida de idosos aos bancos
O Tribunal de Justiça do Rio concedeu hoje uma liminar que garante o atendimento presencial em agências bancárias de pessoas acima de 60 anos. A decisão atende um pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Defensoria Pública contra uma determinação da Prefeitura que proibiu o atendimento de idosos como uma das medidas para conter o avanço da covid-19 na cidade.
A decisão a favor do grupo foi do juiz João Luiz Lima, da 14ª Vara de Fazenda Pública. O magistrado destacou que, embora seja o grupo com maior risco de óbito em caso de contaminação pelo novo coronavírus, são também os idosos que mais necessitam de atendimento presencial em bancos, por não estarem habituados ao atendimento virtual. Ele também ressaltou que alguns sequer têm computador em casa e recebem seus salários, fundamentais no período do isolamento, direto na boca do caixa.
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