De onde virá o dinheiro para medidas do governo contra crise?
Como o governo pagará as despesas extras para combater a pandemia de coronavírus e os efeitos econômicos para trabalhadores e empresas? O BC (Banco Central) vai imprimir dinheiro e colocar na economia? O Tesouro Nacional vai vender títulos públicos e aumentar o endividamento para custear essa conta?
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, já declarou que o governo aumentará o endividamento, vendendo títulos. Esse papéis são comprados por investidores (como no caso do Tesouro Direto). É uma espécie de empréstimo feito ao governo, em troca de ganhos financeiros.
Empresas, bancos e pessoas financiam a dívida
Esses papéis são vendidos para empresas, bancos, fundos e pessoas físicas para o governo financiar as atividades públicas. Esses títulos são ativos de renda fixa e quem os compra sabe as condições de remuneração no momento da aquisição.
"O governo vai ter que gastar mais para salvar vidas, manter empregos e garantir renda para quem não tem emprego formal. E isso acontece com mais endividamento público. O Tesouro vende mais títulos públicos para pagar essa conta", explicou o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo.
Quanto custará essa conta?
Nas contas do Ministério da Economia, será necessário gastar R$ 419,2 bilhões com a emissão de títulos públicos em 2020 para o governo se manter em funcionamento e cobrir as despesas extras com a pandemia.
Só as medidas anunciadas representam mais de metade da necessidade e terão um impacto de R$ 224,6 bilhões. Entre elas, estão os R$ 98,2 bilhões para pagar o auxílio emergencial de R$ 600, os R$ 51,2 bilhões para compensar as reduções de jornadas e salários de trabalhadores e R$ 34 bilhões para empréstimos para empresas pagarem os salários dos trabalhadores.
Além das despesas extras para combater a pandemia, o governo já estimava um rombo nas contas públicas de R$ 127 bilhões para 2020. Soma-se a isso a expectativa de uma perda de arrecadação de R$ 67,6 bilhões com a queda do PIB (Produto Interno Bruto) e do preço do barril do petróleo. Com empresas fechadas e pessoas consumindo menos ou desempregadas, o governo arrecada menos impostos.
Crescimento da dívida pública
Com mais gastos, a dívida pública também crescerá - em fevereiro correspondia a 76,5% do PIB. O governo ainda não divulgou uma projeção para o endividamento no fim de 2020. No mercado, os analistas são pessimistas.
Nas contas do diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, a dívida pública brasileira corresponderá a 86% o PIB no fim de 2020. O Itaú Unibanco projetou uma dívida de 86,5% do PIB ao fim de dezembro.
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