Cresceu a concessão de crédito, mas BC não mostra se pedidos também subiram
Os dados sobre concessões de empréstimos e taxas de juros divulgados mensalmente pelo BC (Banco Central) não mostram os pedidos negados, mas apenas o crédito aprovado e pago pelas instituições financeiras. Por isso, não é possível saber se mais empresas e famílias estão pedindo mais empréstimos.
Em março, as concessões de crédito para empresas cresceram 60%, totalizando R$ 225 bilhões, de acordo com os dados divulgados hoje. Para as famílias, a alta foi 2,4%, com R$ 172 bilhões emprestados. Entretanto, não é possível saber se o total de pedidos de empréstimo cresceu ou diminuiu, o que permitiria saber se a demanda por financiamentos cresceu no mês, durante a crise do coronavírus.
"Não temos a informação de quanto foi a demanda total de crédito. Só temos a informação do crédito ofertado. Deduzimos que a demanda cresceu porque o crédito subiu", disse Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC. "[Os bancos] Não apresentam o quanto teria sido pedido. Mas os créditos efetivamente ofertados em março representam um crescimento significativo".
Empresas têm se queixado que, apesar de o governo ter adotado uma série de medidas para incentivar os bancos a emprestar, as instituições financeiras estariam negando empréstimos, aumentando os juros e reduzindo os prazos de pagamentos para dívidas novas.
Rocha declarou que as informações são enviadas semanalmente por 218 instituições financeiras, com dados diários da concessão de crédito e das taxas de juros praticadas, com base em uma norma do BC. Apesar disso, afirmou que outras áreas do BC "têm mandato legal" para ter acesso aos dados totais de operações de crédito.
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