Secretário de Guedes compara pandemia do novo coronavírus a 11 de Setembro
O discurso de que o isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus está prestes a colapsar a economia brasileira é unânime na equipe do ministro Paulo Guedes. Em entrevista hoje ao Programa Pânico, da rádio Jovem Pan, o Secretário Executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, defendeu a ideia e comparou a atual situação social com o caos gerado após os atentados terroristas de 11 de Setembro, nos Estados Unidos, para apoiar uma retomada gradual de alguns setores.
"No 11 de Setembro, a primeira reação quando os atentados aconteceram foi colocar todos os aviões no chão. Ninguém mais voaria, aí não teria mais acidente. Nos outros dias, foram flexibilizando, adotando algumas medidas de segurança nos aeroportos, tinha que tirar sapato, não podia entrar com líquido, mas os voos tinham que continuar", afirmou na Guaranys.
"Alguns acidentes vão acontecer, mas tem que estar dentro de uma análise de risco. Com o coronavírus é parecido. É fácil adotar medidas de que ninguém pode sair de casa. Mas temos que adotar essas medidas naquelas situações em que precisa, respeitando órgãos de saúde. Nós, da economia, não queremos dizer onde isso tem que ser feito, mas temos que trabalhar nessa lógica, que o país tem que continuar funcionando onde pode continuar", acrescentou.
De acordo com o secretário, o cenário ideal seria que estudos fossem feitos de forma regionalizada para permitir que algumas atividades voltassem a funcionar, adotando medidas de segurança ditadas por órgãos de saúde.
"Não tem uma regra para todo mundo. É importante trabalhar com as restrições de acordo com a situação de cada região. O país é muito grande e a gente não tem uma situação única de restrição de funcionamento de tudo. É mais seguro parar tudo, assim ninguém fica doente. Mas aí a economia para também e a gente tem que ter racionalidade", opinou.
Brasil pós-pandemia e o Pró-Brasil
Guaranys também avaliou qual sentido as medidas econômicas devem seguir quando a pandemia do coronavírus passar. Segundo ele, a ideia principal é acelerar o plano de reformas, como a administrativa e a tributária, que já vinham sendo defendidas pelo atual governo.
"As coisas que vão travar o país depois da crise são as mesmas que travavam antes da crise. Temos que continuar atacando nas mesmas frentes, ou seja, o gasto errado do dinheiro público; as coisas que travam a iniciativa privada de funcionar, como excesso de burocracia. Vai ser necessária também a reforma tributária. Isso tudo tem que continuar avançando porque vamos precisar de uma recuperação ainda mais rápida e essas reformas vão precisar sair mais rápido", considerou.
Quanto ao plano Pró-Brasil, o Secretário assumiu que houve um ruído entre as equipes dos ministros Paulo Guedes e Braga Netto, mas que isso não mudará a política do governo federal.
"A gente tem que garantir que as obras que foram orçadas tenham recursos para continuar. Mas isso não impede que as reformas sejam feitas. As duas coisas têm que ser combinadas", disse.
Apesar disso, ele também defendeu que as obras públicas não podem ser pensadas como únicas alternativas para a retomada econômica e que elas não devem aumentar a tributação da população.
"O eixo 'ordem' do Pró-Brasil é tudo que a gente está fazendo de reforma. O eixo 'progresso', de obras públicas, não temos que pensar como foi o PAC, que fazia um grande investimento público e que ele desenvolveria a economia. Não é isso. Eu preciso, sim, de obras, mas temos que ver dentro do orçamento, do que o país tem capacidade. Eu não posso aumentar imposto para cobrir obra pública. Isso é uma premissa. É muito fácil criar imposto, o difícil é pagar", concluiu.
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