Banco Credit Suisse vê dólar a R$ 6,20 no curto prazo e ação limitada do BC
O dólar vem batendo recordes de alta, com investidores buscando segurança na moeda norte-americana, e a perspectiva é de que continue subindo. O motivo, segundo especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, é a combinação de economia em colapso, queda de juros a novas mínimas, deterioração fiscal e renovada incerteza política.
Em nota a clientes, o banco Credit Suisse estima que o dólar possa atingir R$ 6,20 no curto prazo e chama a atenção para intervenções "de forma geral muito limitadas" do Banco Central no mercado de câmbio.
Segundo o banco suíço, todos os sinais apontam para uma piora adicional da percepção dos investidores sobre o real, que, na visão do Credit, depende hoje basicamente de fatores externos para que experimente algum alívio.
"Levando em conta esses riscos, colocamos nossa meta de curto prazo para o dólar em R$ 6,20, bem acima do [mostrado] pelos contratos futuros de três meses, em torno de R$ 5,91", disse o banco.
Bank of America também vê dólar acima de R$ 6 no curto prazo
O Bank of America também traçou um cenário mais negativo para o real, que deverá depreciar a R$ 5,85 por dólar até o fim do ano (ante projeção anterior de R$ 5,20). O banco justificou a revisão pela "acentuada deterioração do cenário econômico e político nas últimas semanas, bem como a extrema flexibilização monetária".
"Porém, observamos que vários fatores podem facilmente puxar o dólar acima de R$ 6 no curto prazo: deterioração do apetite global por risco na esteira de dados econômicos negativos; número de casos de covid-19 no Brasil continuando a acelerar; ou ruído político doméstico", disseram profissionais do banco em nota. O banco passou a ver contração do PIB de 7,7% neste ano.
(Com Reuters)
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