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Com BC intervindo no câmbio, país pode ficar sem reservas internacionais?

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

11/03/2020 04h00

Com a disparada recente do dólar, o Banco Central tem atuado no mercado de câmbio, usando as reservas internacionais, para tentar conter a alta excessiva da moeda. Desde que Jair Bolsonaro (sem partido) assumiu a Presidência até a última sexta-feira (6), o BC havia gasto US$ 23,2 bilhões —sem contar as vendas feitas nesta semana.

Afinal, qual o tamanho de nossas reservas internacionais? Há risco de o país ficar sem ela, se continuar nesse ritmo? Veja abaixo algumas perguntas e respostas.

O que são as reservas internacionais?

As reservas são uma espécie de seguro do país para lidar com momentos de alta ou queda excessiva do dólar, que podem prejudicar a economia brasileira.

Esses recursos são administrados pelo BC e são compostos, basicamente, por títulos públicos do governo dos Estados Unidos.

Quando precisa dos recursos, o BC vende os papéis e faz as ofertas ao mercado.

Qual o valor das reservas antes de Bolsonaro?

Quando o presidente Jair Bolsonaro assumiu a Presidência, em 1º janeiro de 2019, as reversas eram de US$ 374,7 bilhões. A equipe do presidente do BC, Roberto Campos Neto, aumentou esses recursos para US$ 390,5 bilhões em 24 de junho de 2019.

Qual o valor das reservas internacionais atualmente?

Os últimos dados divulgados mostram que as reservas eram de US$ 367,3 bilhões em 6 de março. Somente nesta semana, o BC já vendeu US$ 5,465 bilhões.

Existe risco de o país ficar com poucas reservas ou sem ela?

O economista Alexandre Cabral, professor da escola de negócios Ibmec São Paulo e especialista em câmbio, afirmou que não há risco de o Brasil ficar com poucas reservas internacionais ou sem ela. Segundo ele, a venda dos recursos só ocorre em momentos de fortes variações no preço.

Cabral declarou que, somente em uma crise aguda e duradoura, o Brasil teria de vender valores expressivos, o que não é o caso agora.

Ficar sem reservas significaria que o Brasil e o mundo quebraram. A chance de isso acontecer é muito baixa.
Alexandre Cabral, especialista em câmbio

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