União Europeia diz em Cúpula que acordo com Mercosul está 'finalizado'
O representante da União Europeia para assuntos externos, Josep Borrell Fontelles, falou em "acordo finalizado" com o Mercosul e comemorou acertos políticos e institucionais para fechar as negociações entre os dois blocos, que vinham sendo discutidos há cerca de 20 anos. A intenção é fechar o acordo ainda este ano. A fala aconteceu durante a Cúpula do Mercosul, realizada por videoconferência pela primeira vez, com a presença do presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido).
"É um prazer poder, depois de 20 anos intensos marcados por vai e vem e negociação difícil, anunciar a finalização das negociações, tanto do acordo comercial, quanto da seção que faz menção à relação política de cooperação. O acordo da associação da entre Mercosul e União Europeia foi finalizado em seus capítulos políticos e institucionais na metade deste mês", disse Fontelles.
"É um acordo apresentado como um acordo moderno, ambicioso, amplo e equilibrado, que custou anos para ser construído", acrescentou.
Apesar da fala de Fontelles, durante a semana houve indícios de dificuldades para colocar o acordo no papel, por parte dos europeus. A chanceler Angela Merkel assumiu ontem a presidência temporária da UE, pressionada por entidades de direitos humanos e ambientalistas para que não assine o acordo com o Mercosul. As entidades entraram com um processo, com críticas principalmente às políticas ambientais do governo Bolsonaro. O tratado foi fechado no ano passado e agora precisa contar com a ratificação dos 27 países europeus.
De acordo com o colunista do UOL Jamil Chade, Merkel precisará convencer os demais parceiros europeus de que a abertura do mercado do Brasil é fundamental para as exportações e, portanto, para os empregos na Europa. Além disso, terá de convencer o Mercosul a dar sinais claros de compromisso com o meio ambiente.
A reunião de hoje contou com Jair Bolsonaro fazendo um apelo para que se apresse o fechamento dos detalhes, para que o acordo seja assinado ainda neste ano.
Fontelles ainda relembrou o duro esforço na negociação dos blocos. "Quando eu era presidente do parlamento europeu, dizíamos que estávamos a ponto de concluir. Este 'a ponto' durou 13 anos. Mas felizmente, o acordo está aí. É um instrumento sólido, que vai resultar em benefícios econômicos e sociais para ambos os blocos", afirmou.
Bolsonaro, mais cedo, fez apelo para que se feche rapidamente os detalhes para que os acordos sejam assinados ainda neste ano.
"Os acordos com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio evidenciam que estamos no caminho certo. Apelo a todos os presidentes que instruam seus negociadores a fecharem os textos. Atuemos com o firme propósito de deixa-los prontos para assinatura neste semestre", disse o presidente brasileiro.
No ano passado, Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, insinuaram que o Brasil poderia deixar o Mercosul em razão da vitória de Alberto Fernández na eleição presidencial da Argentina. A vice dele é a ex-presidente Cristina Kirchner, expoente do bloco peronista (visto por Bolsonaro como a esquerda do país vizinho).
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