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Mercadante: Brasil precisa do auxílio de R$ 600 enquanto houver pandemia

Do UOL, em São Paulo

13/07/2020 12h38

O ex-ministro Aloízio Mercadante (PT) defendeu hoje, durante sua participação no UOL Entrevista, que o auxílio-emergencial de R$ 600 deve continuar enquanto durar a pandemia do novo coronavírus.

Na entrevista com os colunistas Carla Araújo e Leonardo Sakamoto, Mercadante afirmou que "os R$ 600 têm que ficar enquanto tiver pandemia, porque precisamos de uma lei em defesa da vida. Não há alternativa. E as pessoas que não têm renda não têm como se defender e ficar em isolamento social".

A renda básica é para você evitar a fome e proteger o conjunto da sociedade. Nós já estamos com 70 mil mortos [em decorrência do coronavírus]. Não há nada parecido na história documentada do país. A renda emergencial de R$ 600 é para ficar durante a pandemia. Na saída tem que ser um outro programa.

Mercadante, que durante os governos de Dilma Rousseff (2011-16) atuou como ministro da Ciência e Tecnologia, ministro-chefe da Casa Civil e esteve à frente do MEC por duas vezes, disse ainda que é necessário "aprimorar o Bolsa Família". "O Estado tem que suprir os bens essenciais. Imagina se nós não tivéssemos o SUS [Sistema Único de Saúde]. Mas a renda básica tem que ser complementar, que era o Bolsa Família. Por que colocamos condicionalidades no Bolsa Família? Exatamente para as famílias pressionarem o Estado por educação e saúde de qualidade", afirmou.

Para Mercadante, o programa Mais Brasil, anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), "é um Bolsa Família com a inflação corrigida".

Plano de reconstrução

Mercadante, que é um dos fundadores do PT, disse ainda que o partido está construindo um plano de reconstrução econômica para o país depois da crise.

"O projeto está pronto, a bancada vai apresentar a proposta. Nós vamos fazer um programa mais robusto que amplia a cobertura, porque a situação social é muito marcada", afirmou.

O petista explicou ainda que esse programa seria financiado com títulos da dívida pública. "O estado vai ter que se endividar", resumiu.

Para Mercadante, o ajuste fiscal proposto por Paulo Guedes deveria ter sido realizado antes da crise financeira. "Não tem como fazer ajuste fiscal na crise. É uma irresponsabilidade", finalizou.