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Dólar tem maior alta mensal desde março, a R$ 5,481; Bolsa cai 3,44% no mês

Do UOL, em São Paulo

31/08/2020 17h11

O dólar comercial fechou hoje (31) com valorização de 1,2%, cotado a R$ 5,481 na venda, interrompendo uma sequência de duas quedas consecutivas. Com o resultado, a moeda fechou agosto com alta de 5,02%, o maior avanço mensal desde março (15,92%). No ano, o dólar acumula alta de 36,58%.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda de 2,72%, maior recuo diário em quatro meses, desde 30 de abril (-3,2%), chegando a 99.369,15 pontos. É o menor nível desde 13 de julho (98.697,06 pontos). Em agosto, o Ibovespa acumulou queda de 3,44%, interrompendo uma sequência de quatro altas mensais.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Orçamento para 2021

Nesta segunda-feira, o governo entregou o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) do ano que vem ao Congresso Nacional, fechando a previsão de receitas e despesas da União para 2021.

Para manter o cronograma de inauguração de obras em 2021, de olho na reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) destinou R$ 10,4 bilhões a mais para investimentos públicos no PLOA.

Em 2020, o Orçamento prevê que serão gastos R$ 18,2 bilhões em investimentos públicos. Para 2021, o governo estimou despesas de R$ 28,6 bilhões com investimentos públicos, segundo a proposta orçamentária.

"No Brasil, a avaliação do risco fiscal segue como principal ponto de foco, com atenções voltadas à entrega do Orçamento de 2021 no Congresso hoje e a prorrogação do auxílio emergencial amanhã", escreveu a equipe econômica da Guide Investimentos.

"(O ministro da Economia) Paulo Guedes tem defendido que (...) a necessidade de cortar gastos é maior do que nunca. Ao mesmo tempo, outras alas do governo, e até o próprio presidente, querem dar continuidade ao ciclo de expansão de gastos para ajudar a economia a deslanchar após ser paralisada pela pandemia", completou a Guide em nota.

"O risco fiscal é algo que 'pesa' sobre a imagem do país e causa efeito colateral na economia e nos ativos principais do mercado financeiro, quais sejam juro, Bolsa e dólar", disse em nota Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora.

Mais cedo, o Banco Central divulgou que a dívida bruta brasileira, considerada a principal medida da saúde fiscal do país, subiu 10,7 pontos no ano até julho, ao patamar recorde de 86,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Quanto ao auxílio emergencial, Bolsonaro deve confirmar amanhã o valor de R$ 300 das parcelas da prorrogação do benefício criado durante a pandemia da covid-19, apurou o UOL. O presidente marcou um encontro com líderes da base do governo no Congresso Nacional para tratar do assunto pela manhã no Palácio da Alvorada.

*Com Reuters