'Combina primeiro, anuncia depois', diz Barros após interromper Guedes
O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, explicou hoje como tem funcionado a nova articulação política que motivou uma cena que chamou a atenção anteontem, quando o ministro da Economia Paulo Guedes foi interrompido enquanto dava uma entrevista coletiva em Brasília. Segundo Barros, a intenção é evitar anúncios precipitados.
"A gente não quer mais ficar falando coisas para a mídia que depois o próprio governo vai dizer que não concorda, por isso essa nova articulação política, que combina primeiro, anuncia depois", disse o deputado em entrevista à CNN Brasil.
Enquanto Guedes falava à imprensa anteontem, Barros interrompeu a fala do ministro por diversas vezes, repetindo "tá bom". Ele permaneceu de um lado de Guedes, enquanto o general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, ficava do outro.
Ramos, inclusive, colocou depois a mão sobre o ombro de Guedes para apressar a retirada do ministro. Já Barros repetia "vamos lá" no momento em que os três se afastavam dos jornalistas.
"O que procuramos evitar agora é que se adiantem temas que ainda não são consenso e com isso a gente crie um ruído que atrapalhe a articulação política. Só isso, o ministro Guedes é o ministro mais forte do governo", fez questão de ressaltar o líder do governo na Câmara.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demonstrou irritação com uma declaração do secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, que cogitou o congelamento de aposentadorias e pensões como uma forma de financiar o Renda Brasil, programa de benefícios sociais que deveria substituir o auxílio emergencial.
Bolsonaro negou que considerasse a proposta e ainda "proibiu" comentários públicos sobre o Renda Brasil dentro do governo.
Novo imposto digital
Barros também falou sobre um dos temas que eram comentados por Guedes na entrevista. O ministro da Economia falava sobre "tributos alternativos", algo que o líder do governo admite que é consenso na articulação política no entorno de Bolsonaro.
"A outra receita que está proposta é esse imposto digital, este imposto sobre transações, que vai ser por enquanto de 0,2%. Então os R$ 1.000 do salário mínimo vão pagar R$ 2 de imposto, e não os R$ 200 e mais R$ 25", explicou Barros sobre o imposto, que vem sendo chamado de Digitax e deve incidir sobre movimentações financeiras digitais.
"Um imposto de base ampla, onde todos pagam, os informais, os ilegais e os que são formais vão pagar muito menos do que pagam hoje", afirmou o líder do governo, para quem o novo imposto é uma certeza, já que Bolsonaro quer ampliar a desoneração da folha de pagamento para alguns setores, o que acarretaria numa perda de arrecadação de R$ 100 bilhões por ano.
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