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Pix

Sistema de pagamento instantâneo do Banco Central é alternativa a DOC, TED e cartões


Bancos vão perder até 8% da receita com tarifas após Pix, diz agência

João José Oliveira

UOL, em São Paulo

07/10/2020 18h04

Resumo da notícia

  • Agência de classificação de risco diz que novo meio de pagamento vai tirar negócios dos bancos
  • Pix vai ser um concorrente direto dos atuais modelos de transferências de valores oferecidos por bancos, diz Moody's
  • Fato de Pix ser gratuito para pessoas físicas torna meio mais competitivo

Os bancos podem perder até 8% das receitas com tarifas por causa do Pix, novo meio de pagamento criado pelo Banco Central que entra em operação no próximo dia 16 de novembro. A estimativa é da agência americana de classificação de risco Moody's.

Segundo a Moody's, os bancos atualmente ganham uma taxa fixa pelo serviço de transferências de dinheiro entre contas bancárias individuais, mas o Pix não vai cobrar essas taxas de pessoas físicas.

A Moody's destaca que as transferências por TED cresceram 31%, em média, desde 2017 no Brasil. "Com base nos dados de 12 meses até junho de 2020, estimamos que os bancos podem perder até 8% de sua receita de taxas devido à isenção da taxa de transferência do TED", diz a agência.

A Moody's pondera que vários bancos já desenvolveram tecnologias de pagamento instantâneo, mas contam com os participantes como seus clientes e cobram taxas de cerca de 1% sobre essas transferências. "O sistema Pix permitirá a liquidação de banco a banco, que tem um potencial de uso mais amplo do que o existente em aplicativos de pagamento instantâneo", diz a agência.

"As instituições financeiras que oferecem o produto Pix continuarão a poder cobrar taxas de empresas que receberem ou fizerem pagamentos via Pix, mas não esperamos que isso compense taxas perdidas de transações individuais", diz a Moody's.

Ano passado, a receita com tarifas dos quatro maiores bancos do país com ações em Bolsa ficou na casa de R$ 35 bilhões.

Pressão sobre a margem de lucro

A Moody's destaca ainda que o novo sistema surge em um momento em que taxas de juros baixas no Brasil e os riscos relacionados à pandemia estão pressionando as margens de lucro dos bancos. Em junho de 2020, o índice de lucro líquido dos bancos brasileiros avaliados pela Moody's em relação aos ativos tangíveis era de 0,9%, abaixo de uma média de 1,4% durante 2017-19.

As despesas com provisionamento (reserva para eventuais calotes), que aumentaram 42% no primeiro semestre de 2020 em relação ao ano anterior, também irão pressionar a lucratividade, diz a Moody's.