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Simone Tebet: Equipe econômica não pode ter menos força que o Centrão

Simone Tebet criticou a equipe econômica e disse que o governo não pode ouvir mais o centrão do que seu ministro - Kleyton Amorim/UOL
Simone Tebet criticou a equipe econômica e disse que o governo não pode ouvir mais o centrão do que seu ministro Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Do UOL, em São Paulo

28/10/2020 08h44Atualizada em 28/10/2020 13h06

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), classificou a falta de planejamento da equipe econômica como "o principal obstáculo para a agenda econômica" do país.

"Enquanto o governo não sinalizar como quer chegar nas propostas maiores, ficaremos dando desculpa de que o problema é a pandemia", disse a parlamentar, em live do jornal Valor Econômico, realizada ontem.

Para ela, o afastamento da equipe econômica das negociações com o Congresso é negativo para o andamento das reformas, como a tributária e administrativa.

"O esqueleto tem de vir do governo federal. Reformas tributária, administrativa e PEC do pacto federativo tiveram mais obstáculos pela falta de planejamento do que pela pandemia. Falta da parte do presidente [Jair Bolsonaro] devolver a economia à equipe econômica", afirma.

Tebet crê que a equipe econômica precisa ser fortalecida. "Falta voltar a fortalecer a equipe econômica do governo. Se vai trocar o chefe, o Posto Ipiranga, não importa. Mas não pode ele ter menos força que o Centrão", disse.

O termo "Posto Ipiranga" foi dado pelo presidente Jair Bolsonaro ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda durante a campanha eleitoral em 2018, para defini-lo como o auxiliar de todas as respostas para a economia em um eventual governo.

A senadora também criticou Guedes: "Falta entendimento de como funciona uma democracia. Não somos apêndices do Executivo. A sensação que tenho do Paulo Guedes é que falta entender a política brasileira, a democracia".

Programa social

Tebet criticou soluções como o aumento da carga tributária ou a legalização dos jogos de azar para criação de um programa social do governo para substituir o Bolsa Família.

"É inconcebível que a sorte de algumas pessoas matarem a fome de suas crianças dependa do azar de outras, com a legalização do jogos de azar. Sobre um novo imposto, vamos fazer a classe média pagar, quando nosso povo é o que mais paga impostos e a gente não taxa lucros e dividendos?", questionou.

Ela ainda falou sobre a possibilidade de se avaliar a extensão do auxílio emergencial por mais alguns meses para não deixar milhões de brasileiros desassistidos. "Cabe até discutir, de repente, uma medida provisória em caráter extraordinário de dois ou três meses, com o compromisso de a partir de março termos um Renda Cidadã", avaliou.

Tebet disse também estar segura de que o veto de Bolsonaro à extensão da desoneração da folha de pagamentos será derrubado pelo Congresso — parlamentares tem sessão marcada para analisar o veto na semana que vem. "Não tenho dúvida de que veto à extensão da desoneração será derrubado", afirmou.