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'Houve uma comunicação talvez deficiente', diz Mourão sobre crise no BB

Mourão evitou comentar a aguardada saída de André Brandão do comando do Banco do Brasil - Isac Nóbrega/PR
Mourão evitou comentar a aguardada saída de André Brandão do comando do Banco do Brasil Imagem: Isac Nóbrega/PR

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

14/01/2021 10h57

O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), evitou hoje comentar a aguardada saída de André Brandão do comando do Banco do Brasil. O dirigente deve ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em razão de uma crise aberta pela proposta de fechar 112 agências do banco e desligar quase 5.000 funcionários.

De acordo com reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo", a decisão já foi tomada pelo chefe do Executivo federal. No entanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda tentaria demovê-lo da ideia.

Mourão fugiu das perguntas sobre a saída de Brandão, mas afirmou achar que "houve uma comunicação talvez deficiente do banco" ao expor o plano de enxugamento de agências e do quadro de pessoal. "Porque normalmente as pessoas queriam sair eram pessoas que já tinham completado o seu tempo para se aposentar, né, essa é a realidade."

"Talvez pouquíssimas pessoas tivessem um rebaixamento de cargo e não pudessem se aposentar. Mas eu acho que a maioria ia se aposentar", completou o general, em entrevista concedida nesta manhã na chegada ao seu gabinete no Palácio do Planalto.

O vice-presidente disse ainda "não saber" como ficaria agora a situação do comandante do Banco do Brasil. "Esse assunto não foi discutido comigo e eu não posso informar o que eu não sei", comentou.

"Não recebi nenhuma informação extra a respeito do assunto. É uma questão aí que está sendo debatida pelo presidente e pelo ministro da Economia."

Com os rumores sobre a possível demissão de Brandão, as ações do Banco do Brasil na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, despencaram ontem e fecharam com queda de 4,71%.

Bolsonaro também foi questionado a respeito do assunto hoje mais cedo, na saída do Palácio da Alvorada, em conversa com apoiadores. O presidente, no entanto, saiu pela tangente, disse que estava com pressa e que não poderia "gravar".

Logo após deixar a residência oficial da Presidência, Bolsonaro passou pelo Hospital das Forças Armadas, em Brasília, onde realizou exames periódicos. Segundo o Planalto, o governante está bem e apenas se submeteu a testes de rotina.