Após conflitos com Maia, Guedes diz que reformas 'vão andar' com Lira
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que as reformas tributária e administrativa devem avançar com o novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Segundo o ministro, "quem comanda o ritmo das reformas, é a política" —a vitória de Lira simboliza uma importante vitória política para o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
A declaração foi dada hoje em Brasília após reunião entre Guedes e o presidente da Câmara. "Tem uma série de medidas que nós podemos andar, enquanto retomamos as reformas que já estavam lá, como a PEC do pacto administrativo, a reforma do Banco Central, a reforma administrativa", disse Guedes.
Sem citar o nome de Maia, o ministro mostrou otimismo com a nova direção no Legislativo. "Eu sempre disse que quem comanda o andamento, o ritmo das reformas, é a política. Nós estamos seguros de que isso vai andar agora".
Maia e Guedes trocaram críticas nos últimos meses. Em dezembro, Guedes afirmou que o ex-presidente da Câmara participou de um plano pelo impeachment de Bolsonaro. O deputado respondeu, falando que deixou de respeitar o ministro e que esperava ele "cumprir 10% das promessas feitas". Maia também afirmou que Guedes estava enfraquecido no governo.
Em janeiro, sem citar o nome de Maia, o ministro da Economia criticou quem "se diz democrata", mas "acha que democracia é eleger quatro vezes seguida o presidente da Câmara". Maia cumpriu três mandatos seguidos à frente da Câmara.
Mais cedo, o presidente Bolsonaro alfinetou o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), dizendo que ele atrapalhava os planos do governo federal no Congresso, sobretudo a chamada "pauta de costumes", que ficaram na gaveta do adversário durante o período no qual ele comandou a Casa.
O presidente da Câmara tem a prerrogativa para incluir ou não os temas de iniciativa do Executivo na pauta de discussões e votações. Para Guedes, a vitória de Lira e também de Rodrigo Pacheco, que assumiu a presidência do Senado, deixa o governo "confiante na retomada da agenda de reformas". "Vamos trabalhar juntos: saúde e economia. Há medidas que não têm efeito fiscal como a antecipação do 13º salário para os mais frágeis, os idosos. Já conversamos com o presidente Bolsonaro".
Ao lado de Guedes, Lira comentou que a autonomia do Banco Central está na pauta da Câmara para a próxima semana. "Estamos absolutamente sintonizados com o Ministério da Fazenda, com o governo federal, com a pauta das reformas".
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