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Volta do auxílio é "endividamento" para o governo, diz Bolsonaro

Arquivo - Bolsonaro afirmou que a volta do auxílio emergencial representará um "endividamento" para o governo - Eduardo Valente/iShoot/Estadão Conteúdo
Arquivo - Bolsonaro afirmou que a volta do auxílio emergencial representará um "endividamento" para o governo Imagem: Eduardo Valente/iShoot/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

10/02/2021 13h05

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que a volta do auxílio emergencial, medida que vem se desenhando com articulação do Congresso Nacional, representará um "endividamento" para o governo. Segundo ele, não se trata de "dinheiro que tem no cofre".

"A arrecadação esteve praticamente equivalente nos municípios tendo em vista o auxílio emergencial, que volta a ser discutido". (...) E é o que eu falo: não é dinheiro que eu tenho no cofre, é endividamento. Isso é terrível também. A economia tem que pegar. Temos que voltar a trabalhar."

A declaração do presidente ocorreu nesta manhã, em discurso a prefeitos durante evento no Ministério da Educação.

Senado e Câmara trabalham para retomar o pagamento do auxílio emergencial, socorro financeiro criado em virtude do auge da pandemia do coronavírus, quando milhares de brasileiros acabaram perdendo fontes de renda e passaram por um período de dificuldades.

O benefício garantiu aquecimento da economia e, além do viés de assistência social, acabou se tornando um instrumento político. Com o sucesso do programa, Bolsonaro — que será candidato à reeleição em 2022 — e aliados observaram uma impulsão de popularidade, sobretudo nas regiões mais pobres do país.

O governo federal vem argumentando, por outro lado, que a retomada do auxílio pode trazer efeitos negativos para o equilíbrio fiscal do país. O ministro Paulo Guedes (Economia) era contrário à proposta, mas vem flexibilizando o seu posicionamento nas últimas semanas devido ao avanço do tema.

Representantes do governo entendem que, no momento, o aval do Congresso à medida é um desfecho provável.

Aos prefeitos, Bolsonaro voltou a criticar políticas locais baseadas em ações restritivas, como o isolamento social, no enfrentamento à pandemia.

"[Devemos] nos preocupar com os mais idosos, com comorbidade, mas a roda da vida tem que continuar. Sou muito criticado por isso. Me chamam de tudo. E, pelo que eu entendi, na ponta da linha tem a questão política do tratamento dessa questão. Vamos ter que conviver com esse vírus, não adianta falar que passando o tempo vai resolver. Estão vendo que não vai. Novas cepas estão aparecendo. Agora, o efeito colateral do tratamento inadequado mata mais gente do que o vírus em si."