Guedes contradiz Bolsonaro: 'Primeiro a saúde, sem saúde não há economia'
No dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar o isolamento social e medidas restritivas para o controle da covid-19, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma afirmação que contradiz Bolsonaro, colocando a saúde dos brasileiros em primeiro lugar em comparação com a economia. O presidente sempre repete que saúde e economia devem ter a mesma importância no combate à pandemia.
Guedes defendeu a priorização da saúde em um vídeo gravado ao lado do senador Márcio Bittar (MDB-AC), logo após a aprovação da PEC Emergencial em segundo turno no Senado. Bittar é o relator da proposta de emenda constitucional que define a prorrogação do auxílio emergencial. Aprovada hoje entre os senadores, ela segue para votação na Câmara dos Deputados.
"Nós precisamos de saúde, emprego e renda. Primeiro a saúde, sem saúde não há economia."
Paulo Guedes, ministro da Economia
De maneira contraditória, Guedes tinha repetido pouco antes o posicionamento de Bolsonaro. "O presidente sempre disse que a economia e a saúde andam juntos, e nós temos que respeitar isso", disse.
Na mesma fala em que colocou a saúde à frente da economia, Guedes também tocou em outro ponto sensível para Bolsonaro nos últimos meses: as vacinas contra a covid-19. O presidente já chegou a dizer que os laboratórios deveriam procurar o país, e hoje falou com rispidez ao comentar sobre a escassez de imunizantes para a campanha nacional de vacinação.
"Tem idiota que a gente vê nas mídias sociais, na imprensa, [dizendo] 'vai comprar vacina'. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo", afirmou o presidente, um dia após o país bater um novo recorde de mortes diárias pela covid-19.
Guedes, por sua vez, reconheceu a vacina como fundamental para controlar a pandemia e manter a atividade econômica do país.
"Da mesma forma [que a saúde], a vacinação em massa que vai nos permitir manter a economia em funcionamento", disse o ministro, que classificou antes a saúde e a economia na pandemia como "crises gêmeas".
Novo auxílio emergencial
Mais próximo de poder definir o novo auxílio emergencial, Guedes valorizou a aprovação da PEC no Senado e reforçou a importância de o texto conter contrapartidas fiscais para evitar o endividamento maior da União e entes federativos por causa do pagamento do benefício social.
"Agradeço ao presidente Bolsonaro, que na hora decisiva sempre nos apoia. Agradeço ao senador Márcio Bittar pela coragem, valentia e lucidez de defender esse compromisso duplo, porque é fácil defender só jogar dinheiro", afirmou o ministro, agradecendo também aos senadores pela aprovação no plenário da Casa.
"A solução [para a pandemia] exige um compromisso com a saúde brasileira e um compromisso também com as gerações futuras, não podemos ficar empurrando essa conta para a frente."
Paulo Guedes, ministro da Economia
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