Bolsonaro diz que alta dos alimentos é culpa do isolamento contra covid-19
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (15) que a alta dos alimentos é culpa da política de isolamento e distanciamento para evitar a disseminação do coronavírus. Em um ano, a inflação dos gêneros alimentícios ficou em 15%, praticamente três vezes maior que o índice oficial do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos dias, o presidente vem reclamando porque acredita que não pode ser culpado pelo aumento do preço da comida.
"A política do 'fique em casa', feche tudo e destruir [sic] milhões de empregos... a consequência está aí", afirmou Bolsonaro no jardim do Palácio do Alvorada na manhã de hoje, diante de uma plateia de militantes. "Agora, todo mundo é responsável... agora quem está com essa política excessiva do 'fique em casa'? Não sou eu."
Hoje, Bolsonaro reclamou dos novos aumentos de impostos nos combustíveis, promovidos por 19 governos estaduais. A atuação do presidente em relação aos alimentos e aos combustíveis tem sido diferente.
Os preços da carne subiram ainda antes da pandemia; os do arroz, depois. O governo disse que não interferiria nos preços. Bolsonaro chegou a mandar um apoiador ir comprar arroz na Venezuela.
Mas, após paralisação de caminhoneiros por conta da alta de combustíveis, o governo agiu de modo diferente. Bolsonaro anunciou a demissão do presidente da Petrobras e suspendeu temporariamente os impostos federais sobre o diesel e o botijão de gás. Depois da redução de tributos, porém, a Petrobras anunciou outro aumento de preços e 19 governos estaduais elevaram o ICMS sobre os produtos.
Na manhã de hoje, Bolsonaro reclamou da elevação do ICMS. "Desde que eu cheguei, estou brigando, falei com o Arthur Lira [PP-AL, presidente da Câmara], [que] deve colocar em pauta", afirmou a um apoiador que questionou sobre o preço do álcool.
"Quer dizer: eu baixei o imposto para ficar mais barato o diesel, o gás de cozinha, e 19 governadores querem que vocês continuem pagando alto o diesel e o gás de cozinha."
Outro militante perguntou a ele se era possível baixar também os preços dos alimentos. Então, Bolsonaro reclamou das medidas de restrição de circulação de pessoas nas ruas para evitar o aumento de mortes por coronavírus.
"Imagina se o homem do campo estivesse em casa. Não teria alimento para ninguém". Apesar disso, Bolsonaro disse que está fazendo "sua parte". "Fique tranquilo, vamos chegar a um bom termo."
Bolsonaro e seus seguranças não utilizavam máscaras de proteção contra o coronavírus, mostram imagens de um canal de youtube mantido por um apoiador dele. Segundo o presidente afirmou nas imagens, os militantes no jardim do Palácio da Alvorada hoje utilizavam as mesmas camisetas das manifestações de domingo em Brasília. Nos eventos, eles criticaram o isolamento físico como medida de combate à segunda onda de covid-19.
*Colaborou Fábio Castanho, de São Paulo
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