Comércio virtual cresce 41% em 2020; 43% das compras tiveram frete grátis
Como era de se esperar, a pandemia de covid-19 impulsionou o crescimento do e-commerce. As pessoas preferiram fazer compras pela internet para evitar aglomerações. E chama atenção o tamanho desse crescimento: a alta foi de 41% em comparação com 2019, segundo estudo do Webshoppers 43 Ebit|Nielsen & Bexs Banco. É a maior alta desde 2007.
O valor total movimentado pelo e-commerce cresceu R$ 87,4 bilhões. A alta do faturamento teve como principal motivo o aumento na quantidade de pedidos:194 milhões, com alta de 30% sobre 2019.
Outro ponto que ajudou o resultado foi o frete grátis, que representou 43% de todas as compras de 2020.
"O brasileiro mostrou estar totalmente ambientado com o ambiente de compras online. Esse processo amadureceu de maneira muito rápida por causa da pandemia. E os comerciantes souberam transformar a dificuldade em maiores ganhos oferecendo um serviço ágil, confiável e eficiente", afirmou o head de e-commerce de Ebit|Nielsen, Marcelo Osanai.
A agilidade é também exemplificada pela importância dos celulares neste desempenho. Do total de vendas, 55,1% ocorreram através desses dispositivos, ou R$ 45,9 bilhões, alta de 79% em relação a 2019 e 176% sobre 2018. Apenas pelo toque na palma da mão foram gerados 106,6 milhões de pedidos, 56% maior que o ano anterior.
"O brasileiro ficou muito conectado durante a pandemia, com o celular ao alcance da mão. E isso facilitou muito para fazer suas compras de supermercado, roupas, artigos de casa e decoração, por exemplo", citou Osanai.
Lojas de departamento contribuíram com 84,3% do faturamento total, seguido bem atrás por artigos esportivos (+2,8%), informática (+2,4%), roupas (2,2%) e autosserviço (1,8%).
Uma curiosidade apontada pelo estudo é que sites de busca e as redes sociais são o principal caminho para se iniciar as compras de produtos. Para artigos de Casa&Decoração, por exemplo, ambos canais são o início de 55% de todas as vendas; já para Roupas e Calçados, são 44%; seguido por Perfumaria, 38%; Petshop (33%); e Farmácias (30%).
O recorte por regiões mostra um novo perfil se consolidando. Apesar de os estados do Sudeste permanecerem em primeiro na contribuição para as vendas, com 52% do valor arrecadado em vendas, o Nordeste dobrou o consumo no e-commerce, com 18,5% do total e 31,7% de contribuição.
"Esse dado mostra que o e-commerce é uma realidade em todo o país, deixou de ser algo restrito. E isso pode ser atribuído às restrições da pandemia. O processo de interiorização do e-commerce se acelerou por conta da nova realidade imposta em todo o mundo", concluiu Osanai.
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