Donos de empresas de ônibus fretados protestam; Guedes critica "barulheira"
Empresários do setor de transporte fretado organizaram na tarde de hoje manifestações em ao menos dez capitais brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Curitiba.
Imagens encaminhadas ao UOL pelo Movimento Fretadores pela Liberdade, organizador das manifestações, mostram filas de ônibus em vias importantes, como a Marginal Pinheiros, em São Paulo. Apesar disso, não foram registradas lentidões no trânsito.
Em coletiva sobre os resultados da arrecadação da Receita, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o barulho. "Tem uma barulheira aqui em volta, nós precisamos respeitar de um lado o direito à manifestação e do outro lado o direito à não poluição. Nós estamos trabalhando e tem uma poluição atrapalhando a gente aqui. Mas tudo bem, é da democracia", disse ele.
Os empresários cobram ações do governo federal para socorrer o setor em meio à crise causada pela pandemia do coronavírus. Entre as reivindicações, a categoria pede a prorrogação do prazo para pagamento das mensalidades de seus veículos financiados junto ao BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e bancos privados por um período de 12 meses.
"Neste atual momento de conjuntura, há milhares de ônibus no Brasil financiados pelo BNDES com suas parcelas atrasadas. Sofremos com constantes apreensões. Veículos estão sendo leiloados. Pedimos, encarecidamente, essa revisão e prorrogação para a sobrevivência financeira de tantos empresários, trabalhadores e famílias que dependem do fretamento para continuarem vivos", disse Marcelo Nunes, um dos líderes do Movimento Fretadores pela Liberdade.
O setor é responsável por gerar 180 mil empregos diretos e indiretos e movimenta mais de 50 mil ônibus pelo Brasil, segundo o movimento.
De acordo com os organizadores, o setor de transporte fretado foi fortemente atingido pela pandemia e a consequente queda na circulação de pessoas e cancelamentos das viagens de turismo pelo país.
"As empresas tiveram vários contratos fixos cancelados, além de observar as viagens de turismo sendo drasticamente reduzidas. As poucas viagens que restaram estão sendo impedidas por decretos e medidas restritivas", afirmou Nunes.
Entre as medidas restritivas que afetaram o setor, o empresário citou a proibição à entrada de ônibus fretados em cidades como Caldas Novas (GO), Salvador, Porto Seguro (BA), Cabo Frio (RJ), Rio de Janeiro e Aparecida (SP).
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