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Biden vai propor imposto de 39,6% sobre ganhos de mais ricos, diz agência

Arrecadação seria usada para financiar investimentos em creches, educação pré-escolar e licenças remuneradas - Doug Mills/Pool/Getty Images via AFP
Arrecadação seria usada para financiar investimentos em creches, educação pré-escolar e licenças remuneradas Imagem: Doug Mills/Pool/Getty Images via AFP

Do UOL, em São Paulo

22/04/2021 16h51Atualizada em 22/04/2021 18h06

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve propor na próxima semana um aumento no imposto sobre ganhos de capital dos mais ricos, que passaria dos atuais 20% para 39,6%. O dinheiro da arrecadação, segundo fontes da agência Reuters, seria usado para financiar investimentos em creches, na educação pré-escolar universal e em licenças remuneradas para trabalhadores.

O novo tributo incidiria sobre ganhos de capital dos mais ricos — pessoas que ganham acima de US$ 1 milhão, equivalente a cerca de R$ 5,5 milhões, pela cotação atual. A alíquota marginal do imposto de renda também subiria, mas bem menos: de 37% para os mesmos 39,6%.

A informação também foi divulgada pela Bloomberg. Com o reajuste, de acordo com a agência, o imposto total cobrado aos mais ricos pode chegar a 43,4%, uma vez que a taxa de 3,8% sobre rendimentos de investimentos daqueles que ganham a partir de US$ 200 mil (R$ 1,1 milhão) seria mantida.

Atualmente, essa parcela dos mais ricos pagam um imposto geral de cerca de 23,8%, incluindo o tributo de 3,8%.

A arrecadação deste último é utilizada para financiar o chamado "Obamacare" — uma lei federal sancionada pelo ex-presidente Barack Obama com o objetivo de, entre outros pontos, controlar os preços dos planos de saúde e expandir os seguros públicos e privados para uma parcela maior da população.

O novo imposto, proposto ainda durante a campanha de Biden à Casa Branca, deve integrar o chamado "American Families Plan" ("Plano das Famílias Americanas", em tradução livre), cujos detalhes ainda estão sendo finalizados. O plano do presidente é anunciar as medidas na próxima semana, antes de seu primeiro discurso ao Congresso, na quarta-feira (28).

O Congresso americano ainda precisa aprovar a proposta de reajuste no imposto para que ele entre em vigor. Analistas de mercado consultados pela Reuters, porém, não acreditam que a medida vá passar pela Câmara dos Representantes e pelo Senado.

"Se tivesse uma chance de ser aprovada, estaríamos caindo 2 mil pontos [na Bolsa de Nova York]", disse Thomas Hayes, presidente e membro gerente do fundo hedge Great Hill Capital LLC.

(Com Reuters)