Privatizar Eletrobras custará R$ 20 bi a mais por ano, diz associação
A privatização da Eletrobras vai resultar em um aumento de R$ 20 bilhões por ano aos consumidores, segundo estimativa da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres).
De acordo com a associação, a contratação de termelétricas em quantidades e locais já definidos, sem suporte e estudo técnico, pode resultar no aumento de custo.
Para a Abrace, os aumentos para o setor produtivo chegariam a 20% da conta de energia, que serão refletidos nos preços dos produtos e serviços à população. Como exemplo, a associação estima um aumento de 10% no preço do leite e 7% na carne.
Além disso, a prorrogação do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes de Energia Elétrica) acrescentaria R$ 3 bilhões por ano às contas de energia, segundo a Abrace.
A expectativa é que a criação de reserva de mercado para Pequenas Centrais Hidrelétricas nos próximos leilões de energia nova também aumente o custo anual do consumidor cativo em quase R$ 1 bilhão por 30 anos.
"Por estes motivos, a privatização da Eletrobras nestes termos não deveria prosseguir, pelos altos custos impostos à população brasileira", afirma Paulo Pedrosa, presidente da Abrace. "O projeto escolhe vencedores e faz dos consumidores do Brasil perdedores", completa.
A Câmara dos Deputados deve começar a votar hoje a MP (Medida Provisória) que prevê a privatização da Eletrobras. Na prática, a participação acionária do governo e do BNDES na empresa diminuiria, com a venda de novas ações na Bolsa de Valores.
Atualmente a estatal é vinculada ao Ministério de Minas e Energia e responde por 30% da energia gerada no país. O texto foi enviado ao Congresso em fevereiro e tem que ser votado até o dia 22 de junho, caso contrário, perde a validade.
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