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Chaves: Flexibilizar validade de alimentos para combater a fome é absurdo

Do UOL, em São Paulo

21/06/2021 10h17Atualizada em 21/06/2021 19h44

A colunista de economia do UOL Gabriela Chaves comentou hoje, durante o UOL News, a criação de um grupo de trabalho no governo para avaliar a flexibilização do prazo de validade de alimentos no Brasil como uma política de combate à fome é um "absurdo".

"É tão absurdo, fica até difícil elaborar. É importante a gente entender que a fome se combate com políticas que atinjam de fato a raiz da desigualdade. O nosso problema não é a falta de alimentos, mas a distribuição e o acesso", declarou a colunista.

Para a colunista, somente será possível ver melhora da economia brasileira quando o Ministério da Economia estiver, de fato, "comprometido com o bem-estar da população, mas [atualmente] nós vemos o contrário".

Chaves ainda ponderou que a pasta pode recuperar a economia, "mas é preciso de um ministério que olhe para a necessidade da população e não só atenda aos interesses do mercado financeiro".

Auxílio Emergencial

Em seus comentários, Chaves destacou a importância do Auxílio Emergencial para o crescimento de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no primeiro trimestre do ano, em relação ao último trimestre de 2020. Porém, a colunista destacou que o fato de a extensão do auxílio não aceitar inscrições para novos beneficiários pode afetar a população que "tinham uma condição mais ou menos estável e que, no ano passado, foram prejudicadas e [hoje] estão sem acesso ao auxílio emergencial".

"O auxílio emergencial é extremamente crítico e necessário neste momento. A gente vê que a insegurança alimentar já voltou para o Brasil porque os gastos com alimentação estão subindo muito e o bolso do brasileiro não está acompanhando", declarou a colunista.

Com os preços do jeito que estão, uma família que vive com o auxílio emergencial precisa escolher entre um 1kg de carne e um botijão de gás e isso não deveria se uma escolha porque, no final do dia, a alimentação é um direito básico", finalizou.
Gabriela Chaves no UOL News