Lira sobre precatórios: 'Não há possibilidade de calote'
O presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), declarou hoje que "não há possibilidade de calote" em relação ao pagamento dos precatórios, valores devidos a empresas e pessoas físicas após sentença definitiva na Justiça, que estão programados para 2022.
A declaração do parlamentar foi feita em entrevista à imprensa, realizada um dia após o fim do recesso de duas semanas da Câmara dos Deputados.
Tivemos ontem uma reunião na casa do presidente [do Senado] Rodrigo Pacheco, com a presença de Ciro Nogueira, Flávia Arruda, Paulo Guedes. Não há nenhuma possibilidade de calote, como também é impossível se pagar R$ 90 bilhões sem que haja algum tipo de atingimento do teto. Não queremos atingir o teto e o Brasil não pode dar calote
Arthur Lira
Lira também citou a agenda prevista de atividades na casa legislativa. Hoje haverá reunião de líderes da base e, ainda nesta semana, é possível que a privatização dos Correios seja votada. O presidente da Câmara disse ainda que estão sendo feitos ajustes na reforma tributária.
Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o estado brasileiro não tem capacidade para realizar o pagamento dos precatórios. Segundo o ministro, será proposto um parcelamento de parte das dívidas em até dez anos e isso, para ele, não configura um calote.
"Devo, não nego. Pagarei assim que puder", declarou o ministro da Economia.
Aumento no Bolsa Família
Arthur Lira desmentiu a versão apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) hoje sobre o valor do programa Bolsa Família ser dobrado para R$ 400.
Não houve essa conversa de 400 reais, não há essa conversa de Bolsa Família dentro de PEC, não há essa conversa de furar teto de gastos, e o Bolsa novo, novo programa social, que é justo para os mais pobres
Arthur Lira
As declarações de Bolsonaro foram ditas em entrevista à TV Asa Branca, de Caruaru, no interior de Pernambuco. Segundo o presidente, a gestão federal estaria "ultimando esforços e estudos" para ampliar em, no mínimo, 50% o valor do programa.
A ala política do governo, que agora tem Ciro Nogueira (PP) como principal articulador por chefiar a Casa Civil, tem defendido que o valor do benefício possa chegar a até R$ 400.
Contudo, tanto no ministério da Economia como na Cidadania não há nenhum estudo que contemple esse valor, segundo publicado pela colunista do UOL Carla Araújo.
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