Guedes é convidado a explicar na Câmara saída da Caixa e do BB da Febraban
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou hoje um convite para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, preste esclarecimentos sobre a saída do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). A ameaça foi feita após a entidade apoiar um manifesto com um pedido de harmonia entre os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciários).
O requerimento para convocar o ministro foi apresentado pelo deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), mas foi transformado em convite, ou seja, Guedes não é obrigado a comparecer.
Ribeiro, que preside a comissão, fez um discurso crítico e disse que os dirigentes dessas instituições devem "se debruçar com seus técnicos em suas salas de reuniões enormes e confortáveis e pensar como socorrer milhões de brasileiros desempregados".
"Perdemos o foco, conseguimos desempregar até os desempregados. Quem perdeu emprego ou teve que fechar seu pequeno negócio e foi dirigir um Uber, por exemplo, não está podendo rodar com seu carro por conta do alto preço do combustível no nosso país. E o Ministério da Economia se mete em discussões ideológicas", afirmou.
"Quando o governo perde o foco do que realmente o cidadão precisa e gasta o seu tempo em usar instituições com viés político a luz amarela tem que acender", acrescentou ele.
O UOL procurou o ministério para saber se Guedes pretende comparecer à comissão e aguarda retorno.
Na sessão, também foi aprovado requerimento para realização de audiência pública para discutir o tema. Os parlamentares convidaram os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, da Caixa, Pedro Guimarães, e da Febraban, Isaac Sidney.
Febraban mantém apoio a manifesto
Mesmo depois da ameaça da Caixa e do Banco do Brasil de deixarem a Febraban, a entidade decidiu que não vai retirar a assinatura do manifesto. A assinatura do documento já foi submetida e aprovada pela governança da Febraban após debates internos que ocorreram na semana passada.
Relatos colhidos pelo Estadão afirmam que não haverá recuo nesse ponto e que a decisão de adiar o lançamento do manifesto foi da Fiesp.
A decisão da entidade dos bancos de subscrever o documento levou em conta a crise institucional e o ambiente hostil de tensionamento político que tem piorado e contaminado as expectativas do mercado e dos agentes econômicos.
Ontem, Guedes, que soube do manifesto no sábado, culpou a Febraban pelo que classificou como conteúdo político do documento. "Pela democracia, nenhum problema, mas não é o que eles disseram. Eles disseram que era contra o governo e não a favor da democracia", disse. De acordo com o ministro, a própria Febraban teria mudado o teor do manifesto para se posicionar contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Após as declarações de Guedes, a Febraban disse que o manifesto do qual participa era um pedido de "serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes", e não uma crítica ao governo.
* Com Estadão Conteúdo
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