Governo politiza BB e Caixa ao ameaçar sair da Febraban, diz advogado
O advogado Augusto de Arruda Botelho classificou, em entrevista ao UOL News, como "contraditória" a pressão do governo federal para a retirada do apoio da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) à carta em defesa da democracia elaborada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
"É uma nota que pede nada mais do que respeito à ordem democrática, harmonia de Poderes e o final dessa tensão entre eles — por isso que é contraditória essa postura", afirmou Arruda Botelho.
Para ele, os bancos estão entre os maiores interessados em amenizar o clima no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). "Isso certamente produz instabilidade, coisa que o banco e o mercado financeiro não querem", disse.
"Então, não faz nenhum sentido transformar uma nota que tem um texto ameno diante do cenário pelo qual estamos atravessando, texto até ameno demais, em uma nova polêmica, politizando as instituições financeiras", completou o advogado.
A carta elaborada pela Fiesp viria a público no dia 31 de agosto. No entanto, durante o fim de semana, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, ambas instituições estatais, anunciaram que pretendem deixar a Febraban caso a carta seja divulgada com o apoio da federação.
Por causa da repercussão, o documento deve ser divulgado apenas depois do feriado de 7 de setembro. A data deve registrar manifestações pró e contra o governo federal.
"A partir do momento que se pede para que bancos sejam retirados de uma organização como a Febraban, está se politizando as instituições. — o que acaba produzindo maior tensão em um ambiente bastante tensionado", disse Arruda Botelho.
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