Bolsonaro pede em áudio para caminhoneiros liberarem estradas
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu para que caminhoneiros autônomos desistissem da paralisação e liberassem rodovias, em áudio divulgado em grupos de mensagens, nas redes sociais (ouça o áudio abaixo). O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, confirmou a autenticidade do áudio.
Fala para os caminhoneiros aí, são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dê um toque aí para os caras, se for possível... para liberar, para a gente seguir a normalidade. Jair Bolsonaro pede caminhoneiros para desistirem de paralisação
Pouco tempo depois da divulgação do áudio, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas confirmou a veracidade e reforçou o pedido do chefe do Executivo para que os manifestantes desistissem da mobilização.
"Nos grupos de caminhoneiros muita gente está questionando se um áudio do presidente da República que vazou é real, e se esse áudio é atual. Bom, esse áudio é real, de hoje, e mostra a preocupação do presidente com a paralisação", iniciou o ministro, em vídeo.
"Essa paralisação ia agravar efeitos, na economia, inflação, e ia impactar aos mais pobres, os mais vulneráreis. Uma paralisação traria desabastecimento, prejudicando a população. Há a preocupação de todos com a melhoria da situação do país, mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro. Daí a preocupação do presidente da República. Então peço a todos que ouçam, escutem, a palavra do presidente. No áudio mesmo, o presidente fala que a solução vai acontecer através do diálogo entre as autoridades. Então vamos confiar nessa condução, no diálogo. Vamos em frente", acrescentou.
O Ministério da Infraestrutura registrou ao menos 117 bloqueios e tentativas de bloqueio em rodovias de 15 estados. Os bloqueios começaram ontem, durante os atos de caráter golpista do 7 de Setembro convocados pelo presidente Bolsonaro, e seguiram ao longo desta quarta-feira.
Os estados citados pelo ministério, a partir de informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), são: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará.
De acordo com a pasta do governo federal, os atos não são organizados por qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e a composição das mobilizações é heterogênea, "não se limitando a demandas ligadas à categoria."
Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", um dos líderes do movimento intitulado de caminhoneiros patriotas, Francisco Burgardt, também conhecido como Chicão Caminhoneiro, informou que iria entregar ainda hoje um documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedindo a destituição de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
"O povo brasileiro não aguenta mais esse momento que País está atravessando através da forma impositiva que STF vem se posicionando. O povo brasileiro está aqui [Esplanada dos Ministérios] buscando solução e só vamos sair daqui com solução na mão", disse Chicão, que preside a UBC (União Brasileira dos Caminhoneiros), em vídeo que circula pelas redes sociais. Segundo ele, o documento também será entregue ao presidente Jair Bolsonaro. Em outro vídeo, Burgardt cita o prazo de 24 horas para a resposta das autoridades ao pedido do movimento.
Os bloqueios realizados pelos caminhoneiros já preocupam até mesmo distribuidoras de combustíveis. As empresas temem que faltem produtos como gasolina e óleo diesel nas próximas 12 horas desta quarta-feira, caso os protestos prossigam.
Associação enxerga movimento político
Em nota, a NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) criticou a paralisação e disse que "trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos".
"Preocupa a NTC o bloqueio nas rodovias o que poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas inclusive os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis etc", diz trecho do comunicado.
"Esperamos que as autoridades do Governo Federal e dos Governos Estaduais adotem as providências indispensáveis para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o pleno exercício do seu direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional, como pressuposto indeclinável para o cumprimento da atividade essencial de transporte", prossegue.
Atualmente, a NTC congrega, além das empresas diretamente associadas (cerca de 2.354), mais de 50 entidades patronais (federações, sindicatos e associações especializadas), representando cerca de 15.000 empresas que operam uma frota superior a 1,2 milhões de caminhões e criam mais de 2 milhões de postos de trabalho.
*Com informações da agência Estadão Conteúdo
MAIS UM BLOQUEIO DOS CAMINHONEIROS NO RIO
-- Diego Sangermano (@disangermano) September 8, 2021
Segundo a PRF , em Campos dos Goytacazes, cerca de 30 manifestantes pararam diversos caminhões e fecharam a BR 101 no Km 75 da BR 101 @sbtrio pic.twitter.com/ZxQhkR0FQA
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