Perspectiva é ruim, e Brasil terá verão sem luz, diz professor de economia
Os efeitos da crise hídrica podem resultar no racionamento de luz nos próximos meses, avalia o ex-presidente da Eletropaulo e professor da USP Paulo Roberto Feldmann.
Em entrevista ao UOL News, ele afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) poderia ter evitado a alta na conta de luz, além da possibilidade de falta de energia elétrica durante o verão.
"Tudo isso poderia ter sido evitado, se tivéssemos planejado com antecedência", afirmou. "A maior injustiça que existe nessa crise é agora querer colocar a culpa em São Pedro."
Segundo o especialista, já era previsto que o ano de 2021 teria escassez chuvas e, portanto, as usinas termelétricas poderiam estar ativas com mais antecedência. O uso delas, explica Feldmann, contribui bastante para encarecer a conta de luz.
"As pessoas vão ter que abandonar o chuveiro elétrico não porque o presidente está falando para fazer isso, mas sim porque estarão preocupadas em diminuir os gastos", disse, em referência a fala de Bolsonaro durante a tradicional live semanal.
Na transmissão pelas redes sociais, o presidente da República recomendou que, para economizar energia, a população tome banho frio e evite usar elevadores.
Enquanto o chuveiro elétrico é caracterizado como um dos vilões do consumo doméstico, Feldmann apontou que o mesmo não vale para os elevadores.
"O que vai acontecer, de fato, é que todos vão ter que se preocupar muito porque a perspectiva é muito ruim. Vamos ter um verão sem luz e isso vai ser dramático para o Brasil", disse ex-presidente da Eletropaulo.
"Tudo isso é dramático, mas é a repetição de 2001, que foi um dos piores anos da economia brasileira justamente por conta do apagão."
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