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Em entrevista, relator da reforma do IR reclama de 'chantagem' de Guedes

10.set.2019 - Senador Angelo Coronel (PSD-BA) preside a primeira reunião da CPMI das Fake News no Congresso Nacional - Waldemir Barreto/Agência Senado
10.set.2019 - Senador Angelo Coronel (PSD-BA) preside a primeira reunião da CPMI das Fake News no Congresso Nacional Imagem: Waldemir Barreto/Agência Senado

Do UOL, em Brasília

03/10/2021 13h53

O relator da reforma do Imposto de Renda no Congresso, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), reclamou da pressão do ministro da Economia, Paulo Guedes, pela tramitação rápida do texto. O governo espera ver o projeto aprovado ainda nesse ano para que as novas regras já valham em 2022.

Em entrevista ao portal Metrópoles, publicada hoje, o senador classificou a abordagem de Guedes como "chantagem" e declarou que "não adianta essa pressão psicológica nem essa pressão política" para que o texto passe na Casa. Na entrevista, Coronel afirmou que vai "fazer o possível, sem correria" para apresentar o relatório ainda neste ano.

Guedes afirmou em entrevista, na semana passada, que o Senado estará "dizendo ao povo brasileiro que não está preocupado com o Bolsa Família" caso a reforma do IR não avance. O motivo é que o governo tem apostado na reforma como uma fonte de recursos para bancar o Auxílio Brasil, programa projetado para substituir o Bolsa Família.

Ao portal Metrópoles, o relator do projeto repudiou a tentativa de pressão. "O ministro deu essa declaração muito infeliz", disse o senador. "Eu acho que nós temos que trabalhar para dar a mão amiga aos mais necessitados. Agora, nós não podemos também ficar sujeitos à chantagem do ministro", completou.

Sobre o uso do IR para financiar o novo Bolsa Família, Coronel afirmou na última semana que isso não deverá ocorrer e que a equipe econômica terá que financiar o programa com a negociação em torno dos precatórios.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que considera "temerário", da parte do governo, contar com a reforma do IR para sustentar o programa de transferência de renda.

O projeto, que começou a tramitar pela Câmara, prevê hoje isenção do IR para quem ganha até R$ 2,5 mil por mês, valor que foi sugerido pela equipe econômica. A isenção, atualmente, se aplica para quem tem renda de até R$ 1.903,98. Coronel, no entanto, tem afirmado que deve propor um aumento da faixa de isenção para R$ 5 mil mensais.