ICMS não é vilão dessa história, como vende governo, diz Eduardo Leite
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse hoje que o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis "não é o vilão" e que há um "absurdo equívoco" em relação ao tema. Na opinião do político, o assunto está sendo usado como "cortina de fumaça".
"O ICMS não é o vilão dessa história, como tenta vender o governo. O que o Brasil precisa é parar de gerar cortinas de fumaça como essa e resolver os problemas na origem", disse, em entrevista à CNN Brasil.
Frequentemente cobrado sobre o preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) costuma reagir com críticas a governadores. Diferentemente do que apontam especialistas - de que o aumento nos preços é causado principalmente pela alta do dólar -, o presidente culpa o ICMS, um tributo estadual.
Na visão do tucano, o país precisa mesmo é de uma reforma tributária ampla e profunda. Para Leite, falta empenho do governo federal para isso e, ao invés de "debater os reais problemas da população, prefere insistir em narrativas que gerem adesão em redes sociais".
A expectativa do governador é de que o Senado reveja o texto, aprovado ontem Câmara dos Deputados. Para Leite, a decisão dos deputados foi equivocada e, são os governadores que "pagam o preço".
"Não existe o dinheiro do governador. No Rio Grande do Sul, é R$ 1,3 bilhão de reais de impacto no ano que vem. Esse dinheiro não é do governador, é o dinheiro da educação, da saúde, dos serviços prestados à população que acabam se precarizando", afirmou.
O governador do RS também ressaltou que falta diálogo. Segundo ele, os chefes dos Estados não são chamados para "discutir uma solução" para a situação do ICMS. Na verdade, na visão de Leite, os governadores, precisam sempre "correr atrás" para manifestar suas opiniões.
"O que se parece querer é mais uma narrativa para a população. Insisto, o ICMS não é o vilão dessa história", finalizou.
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