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Paralisação atinge 100% dos tanqueiros, e falta combustível em MG

Do UOL, em São Paulo*

22/10/2021 12h35Atualizada em 22/10/2021 14h04

A paralisação dos transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo em Minas Gerais atinge 100% dos tanqueiros no estado, segundo o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes. Os caminhoneiros protestam contra os altos custos dos combustíveis praticados pela Petrobras e o ICMS dos combustíveis em Minas Gerais.

As atividades foram interrompidas na madrugada de ontem e cerca de 800 caminhões estão parados na região metropolitana de Belo Horizonte, sem nenhuma interdição de rodovias ou estacionamentos. São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo também aderiram à paralisação.

A paralisação já causa a falta de combustível em postos de gasolina de Minas Gerais, principalmente na região metropolitana de Belo Horizonte, informou o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, à Reuters.

Segundo Soares, que é dono de postos de gasolina que estão com tanques secos, se não houver acordo com o governo de Minas Gerais, mais estabelecimentos ficarão sem combustíveis até o final do dia.

O sindicato informou que a greve é por tempo indeterminado, até que haja negociações com os governos. "Estamos com os braços cruzados até que o governo se sensibilize e olhe para essa categoria", afirmou Irani Gomes. A Câmara dos Deputados aprovou um projeto para reduzir os preços dos combustíveis, mas o presidente do Sindtanque-MG não considera a solução eficaz. "Isso é apenas tampar o sol com a peneira", avaliou Gomes.

Abastecimento normalizado no Rio

O risco de desabastecimento de combustíveis está descartado por ora no Rio, informou hoje o Sindcomb (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro), que atende aos interesses dos distribuidores de combustível na capital fluminense.

O comunicado foi divulgado após caminhoneiros que transportam combustíveis pararem ontem no estado, em protesto pelo preço do diesel e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

"O abastecimento aos caminhões FOB (Free On Board, de proprietários particulares) e CIF (Cost, Insurance and Freight, de propriedade das distribuidoras) vai seguir no fim de semana, de modo a atender à demanda reprimida por conta da paralisação dos tanqueiros", diz ainda a nota.

Auxílio diesel é 'humilhação'

O auxílio aos caminhoneiros que será concedido pelo governo federal, anunciado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não agradou à CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística).

O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade. Para as petroleiras (dão) um trilhão, para o caminhoneiro humilhação.
Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da CNTTL

O presidente do CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), Plínio Dias, também criticou a medida. "Nossa pauta é outra: é a sobrevivência da categoria, como estamos pedindo. O governo não poderá nos ajudar para sempre", afirmou.

Sem detalhar a origem dos recursos ou a duração do auxílio, o presidente Bolsonaro afirmou que o governo pagará um benefício a 750 mil caminhoneiros autônomos de R$ 400 por mês.

Litti também criticou o fato de a medida não ser direcionada às causas da elevação do diesel.

"Não é o auxílio que vai resolver o problema da política equivocada de preços da Petrobras para combustíveis. É preciso extirpar o mal que essa política errada está ocasionando", afirmou o diretor da CNTTL.

*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo