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'Inflação do aluguel' acelera a 1,82% em janeiro; em 12 meses, vai a 16,91%

IGP-M é conhecido como "inflação do aluguel" porque é usado para reajustar contratos de locação de imóveis - Shutterstock
IGP-M é conhecido como "inflação do aluguel" porque é usado para reajustar contratos de locação de imóveis Imagem: Shutterstock

Caíque Alencar

Do UOL, em São Paulo*

28/01/2022 08h27Atualizada em 28/01/2022 10h19

O IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), considerado a "inflação do aluguel", acelerou para 1,82% em janeiro, após registrar 0,87% em dezembro, informou hoje a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O resultado ficou pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 2%, e leva o índice a acumular nos 12 meses até janeiro alta de 16,91%. Em 2021, o IGP-M acumulou 17,78%, a segunda maior variação desde 2002.

O IGP-M se tornou parâmetro de corretoras de imóveis e locatárias na hora de definir reajustes de contratos de aluguel. O índice apresenta a variação dos preços ao consumidor e também acompanha o custo de produtos primários, preços no atacado, matérias-primas e de insumos da construção civil. É fortemente afetado pelas variações no dólar.

Preços ao produtor

A aceleração do IGP-M de janeiro foi puxada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que subiu 2,30% em janeiro, ante 0,95% em dezembro. O índice de preços no atacado acumula variação de 19,32% em 12 meses.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por outro lado, desacelerou de 0,84% para 0,42% na margem, com inflação acumulada de 9,33% em 12 meses.

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) avançou de 0,30% em dezembro para 0,64%, conforme já divulgado pela FGV na última quarta-feira, 26. O indicador acumula alta de 13,70% em 12 meses.

Quatro das oito classes de despesa componentes do IPC-M registraram arrefecimento em janeiro. A principal contribuição foi de Transportes (1,26% para -0,17%), com deflação no preço da gasolina (2,24% para -1,62%).

Também apresentaram desaceleração em suas taxas de variação os grupos Habitação (1,09% para 0,33%), Educação, Leitura e Recreação (1,80% para 0,94%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,17% para 0,07%).

Nessas classes, os itens com maior influência foram tarifa de eletricidade residencial (3,11% para -0,69%), passagem aérea (11,52% para -6,63%) e plano e seguro de saúde (0,16% para -0,29%), respectivamente.

Na direção oposta, registraram avanço nesta leitura os grupos Alimentação (0,54% para 1,15%), Vestuário (0,61% para 1,17%), Comunicação (0,05% para 0,13%) e Despesas Diversas (0,13% para 0,14%).

Nessas classes, os itens com maior peso foram hortaliças e legumes (-3,07% para 4,44%), roupas (0,58% para 1,29%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,11% para 0,42%) e cigarros (0,20% para 0,98%).

Gasolina, passagem aérea e conta de luz caíram

Segundo a FGV, os itens que mais contribuíram para o alívio do IPC-M em janeiro foram gasolina (2,24% para -1,62%), passagem aérea (11,52% para -6,63%) e tarifa de eletricidade residencial (3,11% para -0,69%), seguidos por etanol (1,94% para -2,99%) e plano e seguro de saúde (0,16% para -0,29%).

Por outro lado, as principais influências individuais de alta foram cursos de ensino superior (0,00% para 4,22%) e fundamental (0,00% para 4,65%). Banana-prata (11,20% para 24,22%), condomínio residencial (0,75% para 1,45%) e refeições em bares e restaurantes (0,81% para 1,03%) completam a lista.

Prévia da inflação desacelerou em janeiro

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), desacelerou para 0,58% em janeiro, após registrar alta de 0,78% em dezembro. O resultado foi influenciado principalmente pela queda no preço da gasolina. Os alimentos, no entanto, registraram alta.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 10,2%. Em janeiro de 2021, a taxa registrada foi de 0,78%. Os dados foram divulgados nesta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A meta do Banco Central para a inflação neste ano é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, variando entre 2% e 5%.

* Com informações da Reuters e do Estadão Conteúdo