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Joel Pinheiro: 'Os caminhos para frear aumentos da Petrobras são péssimos'

Colaboração para o UOL, em Brasília

10/03/2022 13h59

Ao comentar sobre o anúncio da Petrobras sobre reajustes nos preços da gasolina, diesel e GLP, o gás de cozinha, o colunista do UOL Joel Pinheiro disse que os caminhos para frear a alta são ruins porque, fazer isso, seria "um desastre", disse.

"Vou dar uma opinião impopular: há como frear o aumento, mas acho que são péssimos caminhos. Estou de acordo com a equipe econômica do governo de dizer que não é para interferir no preço na Petrobras. Fazer isso seria um desastre, é o que quase quebrou a estatal no governo Dilma", falou ele, ao UOL News.

O comentarista também se posicionou contra subsídios do governo para o combustível. "Seria um outro jeito de mexer nos preços. Não interferindo na política da Petrobras, mas sim disponibilizando dinheiro público para reduzir o preço aos consumidores", disse.

Nas distribuidoras, o preço médio da gasolina passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,77%. Para o diesel, o valor irá de R$ 3,61 a R$ 4,51, alta de 24,9%.

O aumento vale para as distribuidoras e entra em vigor a partir de amanhã. O repasse para o consumidor final, afetando diretamente os preços das bombas e do botijão de gás, ainda não está definido se e quando irá ocorrer, porque depende de cada revendedor.

O barril de petróleo no mercado internacional ultrapassou a marca de US$ 130 (R$ 656, na cotação de hoje) nos últimos dias, com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Quando a companhia anunciou o último aumento, em 11 de janeiro, o produto era cotado a cerca de US$ 83 (R$ 419).

O gás de cozinha passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, um reajuste de 16%. A última alteração no preço do insumo havia ocorrido em outubro do ano passado, há 152 dias.

Em nota, a Petrobras diz que os valores "refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia".

"Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento", comunicou.