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Projeto no Senado prevê 'auxílio-gasolina' para motoristas e motoboys

Propostas sobre combustíveis estão sendo discutidas no plenário do Senado - Ana Volpe/Agência Senado
Propostas sobre combustíveis estão sendo discutidas no plenário do Senado Imagem: Ana Volpe/Agência Senado

Fabrício de Castro e Carla Araújo

Do UOL, em Brasília

10/03/2022 15h24Atualizada em 10/03/2022 15h37

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), relator de dois projetos que tramitam no Senado que buscam segurar os preços dos combustíveis no Brasil, incluiu em uma das propostas a previsão de um auxílio-gasolina para motoboys, taxistas, motoristas de aplicativos e condutores de pequenas embarcações. Se aprovado, o valor a ser pago será de até R$ 300 por mês. O custo total está limitado a R$ 3 bilhões.

O auxílio-gasolina —chamado de Auxílio Combustível Brasileiro (ACB)— será pago, prioritariamente, aos beneficiários do programa Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família).

A medida em discussão, se aprovada, prevê o pagamento dos seguintes valores:

  • R$ 300 para motoristas autônomos do transporte individual, incluindo taxistas e motoristas de aplicativos, e para condutores ou pilotos de pequenas embarcações com motor de até 16 HP (cavalos de força) e motociclistas de aplicativos. Em todos os casos, o rendimento mensal familiar precisa ser de até três salários mínimos (atualmente, R$ 3.636);
  • R$ 100 para motoristas detentores de habilitação para conduzir ciclomotor (ACC) ou motos de até 125 cilindradas (A1), observados os limites de um benefício por família e rendimento familiar mensal de até três salários mínimos.

Conforme a proposta, o governo vai organizar o cadastro para pagamento do benefício. No entanto, existe a previsão de que o pagamento do benefício estará sujeito à disponibilidade de recursos.

Auxílio entrará no projeto sobre fundo de estabilização

A criação do auxílio-gasolina foi sugerida pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), por meio de uma emenda (proposta) ao PL (Projeto de Lei) nº 1.472, que trata da criação de um fundo para estabilizar os preços dos combustíveis no Brasil.

Relator do projeto, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) acatou a sugestão de Vieira em seu texto final, em discussão na tarde desta quinta-feira (10) no plenário.

Além do PL nº 1.472, o Senado discute o PLP (Projeto de Lei Complementar) nº 11, que altera a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis.

As duas propostas fazem parte de um "pacote" do Senado para segurar os preços dos combustíveis durante a guerra entre Rússia e Ucrânia. Previstos para votação na noite de quarta-feira (9), os projetos tiveram sua apreciação adiada para esta quinta-feira (10).

Discussões na Câmara

A aprovação dos projetos é a principal aposta da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, para dar alguma sinalização de que o governo atua para baixar o preço dos combustíveis. Nos últimos dias, o ministro tem se empenhado pessoalmente para sensibilizar os parlamentares sobre o tema.

Fontes da equipe econômica já acertaram inclusive com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que ao menos o PLP nº 11 seja votado ainda nesta quinta-feira (10), logo depois a aprovação pelo Senado.