Sindicato diz que greve de servidores do INSS atinge pelo menos 14 estados
A greve dos servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), iniciada nesta quarta-feira (23), já atinge pelo menos 14 estados, de acordo com a Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social). Os servidores pedem aumento de salário de 19,99%. A entidade afirma que agências do INSS foram fechadas em alguns estados, por falta de funcionários, mas não divulgou o número de agências afetadas nem o total de trabalhadores que cruzaram os braços.
O UOL entrou em contato com o Ministério do Trabalho e Previdência, ao qual o INSS é vinculado, e pediu informações sobre os impactos da greve. Até a publicação deste texto, o ministério não havia respondido.
O diretor da Fenasps Moacir Lopes afirmou ao UOL que já aderiram oficialmente à greve os servidores dos estados de Bahia, Ceará, Espirito Santo, Goiás, Tocantins, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Os trabalhadores de outros sete estados e do Distrito Federal estavam mobilizados, mas ainda não havia, até a tarde desta quarta-feira, a confirmação de que eles entrariam em greve.
Conforme Lopes, o INSS tem hoje cerca de 20 mil servidores. A greve é de técnicos e analistas do órgão, que reivindicam aumento salarial de 19,99%. O percentual representa a recomposição das perdas com a inflação dos últimos três anos.
Atualmente, o salário de um técnico previdenciário varia de R$ 3.546,65 a R$ 3.573,09, já incluindo gratificações. Já um analista previdenciário ganha de R$ 5.762,14 a R$ 8.896,27.
Várias agências acabaram fechando, mas ainda não sabemos exatamente quantas, nem quantos servidores estão em greve. Isso está sendo levantado. Muitos servidores estão trabalhando de casa, então a contagem de quem desligou o computador fica mais difícil.
Moacir Lopes, diretor da Fenasps
Aumento para policiais
Os grevistas tentam conseguir um acordo com o governo até 4 de abril, quando vence o prazo para o encaminhamento de aumentos antes do período eleitoral. Segundo Lopes, a categoria não acha justo que o governo aumente apenas categorias específicas —como os policiais federais.
Se não tiver dinheiro para ninguém, é uma coisa. Mas, se o governo der aumento apenas para policiais, isso vai aumentar a crise.
Moacir Lopes, diretor da Fenasps
Desde o fim de 2021, servidores de várias categorias vêm pressionando o governo por aumentos salariais. O movimento começou na esteira do anúncio, feito em dezembro, pelo presidente Jair Bolsonaro, de que o governo poderia promover reajustes para categorias específicas —no caso, para servidores da Polícia Federal.
Depois disso, houve paralisações e protestos de outras categorias, como servidores do Banco Central. Por causa das paralisações diárias, o BC tem atrasado a divulgação de indicadores.
O governo conseguiu que o Orçamento de 2022 fosse aprovado com uma reserva de R$ 1,7 bilhão para aumento a servidores, mas ainda não definiu como o dinheiro será usado.
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