Lula critica 'mentiras' contra a Petrobras e defende 'soberania nacional'
Em encontro com petroleiros no Rio de Janeiro, o ex-presidente Lula (PT) fez discurso contra a política de preços praticada pela Petrobras e o que chamou de "mentiras que contaram" sobre a estatal.
Na avaliação do ex-presidente, a alta do preço dos combustíveis — que culminou na troca do presidente da Petrobras — é resultado de uma sucessão de falsas versões acerca dos petroleiros e dos custos da estatal.
"Eles passaram para a sociedade que a gasolina é cara por conta da guerra. Na crise de 2008, o petróleo chegou a US$ 147 o barril, e a gasolina era R$ 2,70", diz o ex-presidente.
Hoje, o preço do barril gira em torno de US$ 110 e o preço médio do litro de gasolina é de R$ 7,20.
Lula criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), "Não adianta você assistir ao presidente jogar a culpa em quem não tem culpa. A culpa é efetivamente do presidente [do Brasil] e da direção da Petrobras", disse.
Lula compara Petrobras a Jesus Cristo
Lula diz acreditar que os petroleiros precisam "retomar a narrativa" sobre a estatal que, na opinião dele, foi "crucificada". O ex-presidente comparou a Petrobras a Jesus Cristo.
Conseguiram construir na sociedade brasileira a ideia de que foi o roubo que permitiu à Petrobras ter prejuízo. Fico imaginando Jesus Cristo carregando aquela cruz e, quando perguntam para o povo o que fazer com ele, mandam crucificá-lo. O que fizeram com a Petrobras foi isso: crucificar a mais importante empresa que tínhamos no Brasil.
Ex-presidente Lula
Lula repetiu várias vezes que a defesa da Petrobras é uma questão de defesa da "soberania nacional" e que o "petróleo é nosso", da população brasileira.
"Se a gente não conta a narrativa, permanece a deles [governo], e não conseguimos mostrar que o petróleo é nosso. E quando o petróleo é nosso, a gasolina, o óleo diesel, o gás, tudo é mais barato", disse.
O ex-presidente afirmou que os brasileiros que são impactados pela alta dos combustíveis, do botijão de gás ou da gasolina precisam perceber que "a briga também é deles".
'Ligado às empresas estrangeiras', diz Lula sobre novo indicado
O ex-presidente criticou o economista Adriano Pires, indicado por Bolsonaro para assumir a presidência da Petrobras. O general Joaquim Silva e Luna foi comunicado da demissão ontem. A mudança ainda precisará ser validada pela Assembleia Geral Ordinária da companhia, que acontece em 13 de abril.
Apesar de dizer que não falaria mal de Pires por não conhecê-lo, Lula criticou o economista.
"Pelos dois trechos de notícia que li hoje, ele é lobista e muito mais ligado às empresas estrangeiras que às nossas, e faz parte do grupo seleto de personalidades brasileiras que não aceita o discurso de que o petróleo é nosso", disse.
Pires é sócio e fundador do Cbie (Centro Brasileiro de Infraestrutura). Bacharel pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), da UFRJ, e trabalhou na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) como superintendente de importação e exportação.
Em outubro de 2021, em texto publicado no Poder360, o economista defendeu a privatização da Petrobras, argumentando que "enquanto a empresa for de economia mista, tendo o Estado como controlador, os seus benefícios corporativos e as práticas monopolistas serão mantidos — a favor da corporação e, muitas das vezes, contra os interesses do Brasil."
Segundo ele, a venda da companhia seria a "solução definitiva" para "resolver o problema da precificação dos combustíveis".
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