Quais são as 5 principais moedas mais desvalorizadas em relação ao dólar?
Mesmo com a guerra e a crise econômica, o dólar operou em queda na última semana. Na segunda-feira (25), a moeda norte-americana estava na casa de R$ 4,79 na venda.
O dólar norte-americano é utilizado como referência para as operações em todo o mundo e a importância dessa moeda se dá por várias razões. Primeiro, porque os Estados Unidos são uma nação de devedores confiáveis e possuem uma economia forte. Além disso, o dólar é uma moeda estável, que não costuma ter quedas acentuadas e inesperadas.
Mas você sabe quais são as moedas mais desvalorizadas em relação ao dólar?
Um levantamento feito pela Economatica, que compara moedas de 25 países, mostra que a lira turca é a moeda mais desvalorizada, seguida das moedas de Argentina e Chile (peso). Já o real brasileiro ocupa a 12ª posição da lista.
Vale dizer que a baixa cotação da moeda em relação ao dólar não quer dizer, necessariamente, que ela é desvalorizada, porque o poder de compra pode compensar.
Lira Turca
A Turquia viu sua moeda despencar em 2021, com o dólar subindo mais de 37% sobre a lira. Atualmente, uma lira está valendo apenas 0,067 dólar americano.
A interferência do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre a política monetária do país é apontada como um dos principais motivos para a crise cambial. A ordem ao banco central turco é de cortar os juros, priorizando o crédito e as exportações, deixando de lado a estabilidade da moeda.
Essa desvalorização da moeda tem feito a população turca sentir no bolso, com a inflação do país atingindo seus níveis mais altos.
Peso argentino
O peso argentino foi a segunda moeda mais desvalorizada do mundo em 2021, com disparada de mais de 20% do dólar. Hoje um peso argentino está valendo apenas 0,0090 dólar americano.
A crise cambial na Argentina é resultado de uma dívida de US$ 45 bilhões contraída junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) na gestão do ex-presidente Mauricio Macri. A dívida é, inclusive, superior a todo o volume que a Argentina tem em reservas cambiais, de US$ 39,2 bilhões.
Peso chileno
Ano após ano, o peso chileno tem sofrido uma constante desvalorização. No final de 2021, com a eleição do novo presidente Gabriel Boric, a moeda sofreu sua maior desvalorização desde 2008. Hoje, 1 peso chileno equivale a 0,0013 dólar americano.
Apesar disso, a moeda entrou em 2022 sendo fortalecida. O peso acumula alta de quase 43% frente ao real desde o início do ano passado. Só neste ano, o aumento é de 4,6%.
Peso colombiano
As incertezas políticas e econômicas na Colômbia, com uma violenta rejeição popular a um pacote de reforma tributária e a perda do grau de investimento, fizeram com que o peso colombiano fosse uma das moedas mais desvalorizadas do mundo em 2021.
Atualmente, um peso colombiano é igual a 0,00026 dólar americano.
Iene Japonês
As consequências da guerra na Ucrânia e as expectativas de aumento das taxas pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), devido à inflação, têm mexido com os mercados asiáticos.
Isso causou uma maior desvalorização do iene japonês perto de seu menor patamar, fato que não acontece desde 1972.
Atualmente, um iene japonês é igual a 0,0081 dólar americano.
Apesar de o Banco do Japão, autoridade monetária do país, argumentar que o iene fraco beneficia a economia do país, o poder de compra das famílias japonesas está caindo e isso pode deixar os bens importados mais caros para os consumidores no país.
Real brasileiro
O dólar vive um momento de forte volatilidade, em meio a um cenário de preocupações fiscais e políticas. Em 2021, a moeda norte-americana chegou a valer R$ 5,79 (máxima nominal), mas também bateu R$ 4,90.
Hoje, 1 real vale 0,21 dólar americano.
Segundo levantamento da Economatica, o Brasil é o país onde, até o momento, o dólar mais perdeu valor em 2022. Desde o início do ano, as perdas acumulam 6,63% em relação à moeda brasileira.
O Brasil começou o ano com inflação elevada e renda das pessoas em forte queda. Especialistas atribuem isso ao mercado de ações e aos juros. Existe um movimento de investidores estrangeiros tirando dinheiro de ações de tecnologia, que sofrem com o cenário de juros em alta nos Estados Unidos, e aplicando em commodities, setor no qual o Brasil se destaca.
Além disso, o Brasil está com o maior juro real do mundo, o que atrai recursos estrangeiros.
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