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Jornal: Me mudarei para África se Bolsonaro perder, diz presidente da Caixa

Presidente Jair Bolsonaro ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimarães - Isac Nóbrega/PR
Presidente Jair Bolsonaro ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimarães Imagem: Isac Nóbrega/PR

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/04/2022 15h45Atualizada em 01/04/2022 16h15

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que irá se mudar para a África caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não seja reeleito no pleito deste ano, segundo a coluna da Bela Megale, no jornal O Globo. De acordo com a colunista, a fala teria ocorrido na noite da última quarta-feira (30) durante um jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil.

"Afirmo com toda a tranquilidade a vocês. Daqui a um ou cinco anos vou pra Uganda, Ruanda, Tanzânia? Uma coisa que não tenho dúvida nenhuma: se não for o presidente Bolsonaro [no comando], game over. Por quê? A Caixa, durante anos, era o paraíso do Carnaval em Salvador [com patrocínio], montando aquela festa toda. Por isso, muitas coisas não andavam, isso eu vi", teria dito Guimarães, que sempre aparece ao lado do presidente nos eventos do Palácio do Planalto e nas lives semanais do mandatário.

O jantar, que contava com aproximadamente 30 empresários, teve a presença de Daniela Marques, secretária especial do Ministério da Economia.

Guimarães também teria apontado "ingenuidade" daqueles que acham que a Caixa não voltaria a ser o que anteriormente era "com qualquer presidente que não seja Bolsonaro".

Como exemplo, o presidente do banco citou três vezes o nome do ex-deputado Geddel Vieira Lima, ex-vice presidente da Caixa entre 2011 e 2013. Em 2017, a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões no apartamento do ex-parlamentar, que acabou sendo preso.

À época, a acusação apontou ligações de Geddel com um esquema criminoso, supostamente operado pelo ex-parlamentar, que realizava desvios da Caixa.

"O cara que menos mandava na Caixa era o presidente. Quem mandava? O cara que botou o cara lá, o vice-presidente que 'achou' 51 milhões de reais em notas na casa da mãe dele", disparou Guimarães no jantar.

No encontro, o presidente do banco argumentou que alterou 11 dos 12 vice-presidentes da Caixa quando assumiu a presidência e ainda afirmou o desejo de superar o Banco do Brasil em alguns anos, inclusive, com o domínio na área do agronegócio.

Apesar dos planos, no entanto, a colunista do jornal apontou que Guimarães teria informado no jantar que os planos estariam em risco caso Bolsonaro perdesse as eleições, e que os cargos dentro da empresa voltariam a ser divididos entre as legendas partidárias.

O UOL tenta contato com a Caixa para comentar as declarações. Em caso de retorno, a matéria será atualizada com o posicionamento do banco.

Pesquisa eleitoral

A pesquisa PoderData divulgada na quarta-feira (30) pelo site Poder360 aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da disputa pela Presidência, com 41% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, aparece em segundo, com 32%, uma diferença de nove pontos percentuais. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Na sequência, vêm os ex-ministros Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Sergio Moro (Podemos), com 6%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem 3%; o deputado André Janones (Avante), 2%; o governador do Rio Grande do Sul (PSDB), Eduardo Leite, e a senadora Simone Tebet (MDB) têm 1% cada.