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Sem acordo com governo, servidores do BC falam em intensificar greve

Segundo presidente do sindicato, a intensificação deverá atingir a equipe que dá apoio à reunião do Copom - Marcello Casal JrAgência Brasil
Segundo presidente do sindicato, a intensificação deverá atingir a equipe que dá apoio à reunião do Copom Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil

Do UOL, em São Paulo

05/04/2022 12h57Atualizada em 05/04/2022 13h01

Os servidores do BC (Banco Central) seguirão em greve por tempo indeterminado, após uma reunião com o governo terminar sem que houvesse uma proposta oficial, informou hoje o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central). Eles reivindicam reestruturação de carreira e recomposição salarial de 26,3%.

Representantes do sindicato disseram que se reuniram na manhã de hoje com Leonardo Sultani, titular da Secretaria de Gestão de Pessoas do Ministério da Economia. "Como não houve proposta oficial, a nossa resposta vai ser a manutenção e a intensificação da greve", diz nota divulgada pelo Sinal.

Segundo Fábio Faiad, presidente do sindicato, a intensificação deverá atingir a equipe que dá apoio à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). "Vamos atuar agora em cima das equipes que fazem coleta e análise de dados para subsidiar a reunião do Copom", afirmou ao UOL. A próxima reunião está prevista para a segunda quinzena de abril.

Conforme o sindicato, a expectativa de adesão da greve está em torno de 60%, e a greve poderá afetar o Pix, além da distribuição de moedas e cédulas.

Na semana passada, o BC informou que, em razão da greve dos servidores da autarquia, não divulgaria o relatório Focus, com projeções do mercado para indicadores econômicos, como rotineiramente acontece.

Até o momento, 725 dos servidores que têm função comissionada entregaram os cargos, diz ainda o sindicato. As exonerações, entretanto, ainda não foram publicadas no DOU (Diário Oficial da União), segundo o sindicato, porque a diretoria do BC tentar "segurar" o movimento.

Em 17 de março, a categoria começou a fazer paralisações de quatro horas e iniciou a greve por tempo indeterminado na última sexta-feira (1º).

Desde o fim do ano passado, diversas categorias de servidores públicos pressionam o governo por aumentos. O movimento começou após Bolsonaro, que tenta a reeleição à presidência em 2022, sinalizar a intenção de reajustar os salários apenas de categorias que fazem parte de sua base de apoio: policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários federais.

O UOL procurou o BC a respeito da greve e aguarda resposta.

* Com Estadão Conteúdo