'Pergunta para o Adolfo Sachsida', diz Bolsonaro sobre troca na Petrobras
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje (15) que o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tem "carta branca" para fazer o que acha melhor "para seu ministério". A resposta foi dada após ser questionado se trocaria o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho.
"Pergunta para o Adolfo Sachsida, ele é o ministro das Minas e Energia e trata disso. E deixo bem claro: todos os meus ministros eu dou carta branca para fazer valer aquilo que ele acha melhor para o seu ministério para melhor atender a sua população", disse Bolsonaro a jornalistas na Praça dos Três Poderes.
Pressionado pelos sucessivos aumentos do preço da gasolina, que comprometem a campanha pela reeleição neste ano, Bolsonaro demitiu na quarta-feira (11) o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele era um dos últimos remanescentes da equipe original do presidente.
No lugar, Bolsonaro escolheu Adolfo Sachsida, ex-assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes.
A troca no ministério ocorreu dois dias depois de a Petrobras anunciar aumento de 8,87% no preço do diesel nas suas refinarias. Nos postos, o preço do diesel aumentou em 96% durante o governo Bolsonaro, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Ao ser questionado sobre como avalia a gestão de José Mauro Coelho à frente da Petrobras, Bolsonaro disse que ele está no cargo há apenas 30 dias, mas criticou a margem de lucro da estatal, voltando a dizer que a considera um "estupro".
No passado, Bolsonaro já trocou dois presidentes da Petrobras por causa dos reajustes, Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna.
"As petrolíferas do mundo todo diminuíram sua margem de lucro. A Petrobras aumentou um pouco a margem dela, em torno de 30%. Lá fora, está em torno de 15%. Diminuíram para não fazer com que seus países quebrassem", disse Bolsonaro. "A margem de lucro deles é um estupro. Nada contra ninguém ganhar dinheiro, mas o que está acontecendo com o Brasil não é justo", acrescentou.
Bolsonaro disse que não vai tabelar o preço do combustível e nem intervir na estatal, mas que a Petrobras deveria ter "responsabilidade social".
"A PPI [política de paridade de preços] não é uma lei, é uma resolução do conselho. Se o conselho achar que deve mudar, muda, mas não pode a população como um todo sofrer essa barbaridade porque atrelado ao preço dos combustíveis está a inflação."
A Petrobras pratica preços ligados à cotação internacional do petróleo e ao dólar. Quando eles sobem, como agora, os combustíveis sobem junto. Apesar do reajuste de segunda-feira, o diesel ainda está defasado em 11% em relação aos preços praticados lá fora.
Apoiadores fazem "lanchaciata", Bolsonaro vai a feira
Aguardado por apoiadores na "lanchaciata" organizada no Lago Paranoá, em Brasília, Bolsonaro optou por ir à feira de importados do Guará, na região administrativa do Distrito Federal, na manhã deste domingo (15). O presidente só foi ao evento durante à tarde.
A "lanchaciata" foi anunciada na semana passada pelas redes sociais como um evento que buscava "colorir o lago Paranoá de verde e amarelo".
Durante a manhã, porém, o evento teve baixa adesão na Ponte JK, ponto de concentração da manifestação náutica, com cerca de duas dezenas de embarcações, entre lanchas e jet skis. Ao longo da tarde, o movimento aumentou na região.
O filho "04" de Bolsonaro, Jair Renan, e a ex-esposa do presidente Ana Cristina Valle foram à "lanchaciata" e divulgaram imagens nas redes sociais.
Jair Renan é investigado por suposto tráfico de influência, enquanto Ana Cristina é suspeita de integrar esquema de "rachadinha". Ambos negam irregularidades.
No mesmo horário da lanchaciata, Bolsonaro visitou a feira de importados no Guará, onde foi cumprimentado por apoiadores. O presidente conversou com comerciantes, comeu pastel e posou para fotos.
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