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Mourão diz que privatizar Petrobras ajuda a controlar preço de combustíveis

o vice-presidente Hamilton Mourão - Reprodução/ Flickr Palácio do Planalto
o vice-presidente Hamilton Mourão Imagem: Reprodução/ Flickr Palácio do Planalto

Colaboração para o UOL, em Brasília

25/05/2022 18h55

Após a nova troca de comando na Petrobras, o vice-presidente Hamilton Mourão voltou a afirmar que o governo federal deseja dar "previsibilidade" aos reajustes dos combustíveis anunciados pela estatal.

"Acho que a estratégia no momento passa por oferecer a privatização de empresas que causariam menos tumulto na discussão política. Hoje, quem sobra em termos de empresas mais poderosas, se conseguirmos avançar com a Eletrobras, fica a Petrobras", disse o vice-presidente em encontro fechado na sede da RPS Capital.

No evento, Mourão afirmou que a situação atual do preço do combustível está ligada ao cenário internacional de pandemia e guerra, mas que também está vinculado ao "monopólio do qual a Petrobras desfrutou" e que "nunca houve concorrência no Brasil" no setor.

O Ministério de Minas e Energia anunciou no início desta semana que o presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu demitir José Mauro Coelho da presidência da Petrobras e indicar para o cargo o secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade.

Coelho estava no posto havia pouco mais de 40 dias e foi demitido em meio à pressão de Bolsonaro por uma contenção no aumento dos combustíveis em ano eleitoral. O mesmo aconteceu com o antecessor, Joaquim Silva e Luna.

De acordo com o vice-presidente, o governo quer evitar flutuações nos preços. A estatal define os preços dos combustíveis com base na variação do petróleo no mercado internacional, política criticada por Bolsonaro, mas também por outros pré-candidatos nestas eleições, como o ex-presidente Lula (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

"O que eu tenho visto é que querem dar uma certa previsibilidade. Em uma análise, vamos dizer, prospectiva do momento, aquelas flutuações que têm ocorrido semanalmente, você aguardar para ver qual é a diferença do vento mesmo. Eu acho que é isso que eles estão querendo fazer", afirmou o vice-presidente a jornalistas no Palácio do Planalto ontem.

"Não vou dizer que é prazo de 100 dias, mas aguardar o momento. Numa semana, o barril vai para 112 (dólares), na semana seguinte vai para 98. Se ficar nesse zigue-zague, fica ruim", acrescentou ontem.

Mourão ainda confirmou que a troca foi ordem de Bolsonaro. "Isso aí é decisão tomada pelo presidente. Ele sabe as pressões que está sofrendo. Então, segue o baile. Vamos aguardar o que o Caio (Paes de Andrade, indicado pelo governo para assumir a presidência da estatal) pode fazer. O que eu vejo no Caio é que ele é um cara competente. É um cara que foi muito bem-sucedido na iniciativa privada, veio para o governo", afirmou ontem o general.

Ele lembrou, no entanto, que o nome do braço-direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, terá de passar pelo crivo do conselho de administração da Petrobras.

"Está dentro da atribuição do presidente. Ele tem a prerrogativa de nomear o presidente da Petrobras. É óbvio que vai passar lá pelo conselho de acionistas, vai ter uma reunião do conselho de administração, não é de hoje para amanhã que isso vai acontecer... Vai levar aí, na minha visão, 30 ou 40 dias para isso acontecer", disse Mourão ontem a jornalistas.

* com informações de Estadão Conteúdo