Paulistano se aquece com comida; fila para fondue de R$ 200 chega a 2 h
Os comerciantes que vendem comidas típicas do frio estão comemorando a chegada do frio neste mês. A venda de sopas, bebidas quentes, como o chocolate quente, e de fondues explodiu, de acordo com empresários ouvidos pelo UOL.
Mesmo com preços mais altos, há disputa e espera em São Paulo, como é o caso de um restaurante especializado em fondue. A refeição custa R$ 200 nos fins de semana, e a fila chega a duas horas.
Clientes encaram filas de duas horas
O fondue é um clássico do inverno, apesar de existirem restaurantes que vendem o produto o ano todo. É o caso do Bistrô Faria Lima, na zona sul de São Paulo.
No dia 21 de maio, um sábado mais frio na cidade (com mínima de 12ºC e máxima de 21ºC), a fila do restaurante chegou a duas horas de espera.
"O aumento nas vendas na semana de frio foi de 100%. Com fondue, a demanda é oito ou oitenta. Quando esfria, vem todo mundo de uma vez. Na semana mais fria até agora, tivemos fila todos os dias, chegando a duas horas de espera no sábado", afirma João Neto, proprietário do restaurante.
De segunda a quinta, o fondue custa R$ 170 para duas pessoas. No final de semana, o preço sobe para R$ 200.
"Esse ano não temos restrições por causa da pandemia, então a demanda está melhor. Aos finais de semana até perdemos clientes por não dar conta de atender todo mundo", afirma Neto.
Rodolpho Haddad Laurindo, diretor-executivo do Empório da Sopa, delivery de sopas, caldos e cremes em São Paulo, diz que as vendas dobraram com o frio.
As temperaturas começaram a cair na semana do dia 16 de maio. Em 13 de maio, o restaurante vendeu 350 sopas. Já em 19 de maio a empresa teve o melhor resultado do mês: vendeu 755 sopas no dia. A mínima em São Paulo atingiu de 6ºC e a máxima, 13ºC naquela data.
Em dias frios, normalmente a saída média é de 400 a 500 sopas. Em dias de temperatura mais quentes, a loja vende de 200 a 300 unidades.
As vendas sempre aumentam quando as temperaturas caem, em qualquer época do ano. Se chega uma frente fria durante o verão, as vendas já aumentam.
Rodolpho Haddad Laurindo, diretor-executivo do Empório da Sopa
Por causa de um problema com um micro-ondas que não estava funcionando corretamente, o restaurante precisou fechar os pedidos no iFood para dar conta da demanda que recebeu.
Os itens mais pedidos pelos consumidores no restaurante são a canja de galinha, o minestrone (caldo de batata com feijões brancos, cenoura, abobrinha, macarrão, carne e linguiça), o caldo de kenga (creme de mandioquinha, mandioca, cenoura, frango desfiado e bacon) e o caldo verde.
Danielle Antunes da Silva, proprietária do Porto Café, localizado no bairro do Brás, zona leste de São Paulo, sentiu duas principais mudanças: os clientes trocaram o suco de açaí batido, que é o carro-chefe da casa, pelo chocolate quente, e o tempo de permanência no café aumentou. A demanda foi tanta que fez Antunes comprar mais chocolate quente do que o normal.
"O açaí batido é um dos queridinhos da casa, e senti uma mudança radical no consumo dos clientes. Tive que aumentar o estoque de chocolate quente cremoso, que compro lá de Campos do Jordão", afirma Antunes.
Mas não é só o chocolate quente que está vendendo mais do que o normal, também houve um aumento nas vendas de capuccinos e chás.
"A vontade de se aquecer é tão grande que as pessoas se permitem comer mais. Senti que os clientes ficam mais tempo aqui dentro e comem mais", afirma Antunes.
As filas no Festival de Sopas do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) também estão longas.
Jair Legnaioli, responsável pela operação do festival, diz que nos horários de pico os clientes esperam até duas horas e meia para entrar. O espaço comporta 410 pessoas e os visitantes ficam, em média, uma hora no local.
"Temos filas de duas horas, até duas horas e meia nos dias mais cheios, que costumam ser sexta e sábado. Na semana mais fria de maio, tínhamos fila logo na abertura do evento. Normalmente as filas maiores são para quem chega a partir das 19h30", afirma Legnaioli.
As vendas cresceram em comparação a 2019, ano em que o festival vendeu cerca de 2.500 sopas por semana. Neste ano, o número subiu para 3.000 — o que dá 600 sopas por dia, já que o evento é realizado de quarta a domingo, das 18h à 0h.
O festival é anual e acontece de maio a agosto. Em 2020, o evento foi cancelado e, em 2021, operou com restrições de público e horário por causa da pandemia.
Pelo histórico dos festivais, a temperatura mais baixa neste mês ajudou muito, mas acredito que as pessoas estavam reprimidas. As vacinas e a liberação de máscaras com certeza foram importantes para melhorar o movimento.
Jair Legnaioli, responsável pela operação do festival de sopas do Ceagesp
A inflação também afetou o festival. O consumidor pode provar todos os tipos de sopa por R$ 64,90, enquanto em 2021, o preço era de R$ 54,90.
O cardápio muda semanalmente, mas sempre conta com a oferta da sopa de cebola tradicional e de cebola gratinada, que são as preferidas do público.
"Quando vai estar muito frio, escolhemos sopas mais pesadas, como caldo de mocotó ou de rabada. Se o dia for mais quente, oferecemos as opções mais leves, como canja, sopas com peixes ou com base de queijos", diz Legnaioli.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.