Inflação no Brasil e nos EUA faz Bolsa subir após 8 quedas; dólar cai
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) operava em alta na tarde de hoje, após oito sessões consecutivas de queda. Por volta das 16h (horário de Brasília), o índice saltava 1,28%, aos 103.373,78 pontos.
No mesmo horário, o dólar comercial também quebrava a tendência. Depois de sete altas seguidas, a moeda norte-americana caía 1,28%, vendida a R$ 5,069.
Os investidores aguardam hoje o anúncio das decisões de política monetária dos Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos. A expectativa é que ambos elevem a taxa básica de juros, em 0,75 ponto percentual lá, o que já foi confirmado, e 0,5 aqui.
Ontem (14) o dólar comercial fechou com valorização de 0,38%, vendido a R$ 5,134. Já o índice, caiu 0,52% e encerrou o dia a 102.063,25 pontos, menor patamar desde janeiro deste ano.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Cautela nos mercados
Apesar da ligeira recuperação de ativos arriscados nesta quarta-feira —vista por alguns participantes do mercado como ajuste técnico depois das fortes perdas dos últimos dias—, a decisão do Fed, o Banco Central dos EUA, "deve sustentar a cautela dos mercados olhando para frente, mesmo que boa parte deste novo aumento de 0,75 p.p. (do juro) já esteja bem precificado", disse Beyruti.
Isso porque, embora ajuste intenso pudesse mostrar que o Fed controlará a inflação mais rapidamente, se os índices de preços demorarem para arrefecer ao mesmo tempo que ocorre uma desaceleração na maior economia do mundo em meio a juros altos —que tendem a restringir o consumo—, "o risco de estagflação aumenta", afirmou o economista.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que encerra sua reunião mais tarde, após o fechamento dos mercados locais, deve subir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 13,25%, segundo a visão majoritária no mercado. No entanto, a probabilidade de um aumento mais agressivo, de 0,75 ponto, cresceu para cerca de 30% recentemente.
Além disso, algumas instituições financeiras, como a XP, esperam que o Banco Central sinalize alta adicional da Selic na reunião seguinte, em agosto.
A XP justificou que, "embora a taxa básica de juros já esteja em um nível contracionista significativo e os números recentes da inflação tenham ficado marginalmente abaixo das expectativas, o balanço de risco para a inflação continua desafiador, principalmente com a perspectiva de uma política monetária muito mais restritiva nos países desenvolvidos".
Quanto mais a Selic sobe, mais interessante fica o real para investidores que buscam lucrar com a compra de moedas de alto rendimento.
*Com Reuters
Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.
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