Conselheira da Caixa diz que Guimarães era agressivo: 'Ouvia gritos'
Rita Serrano, atual conselheira de administração da Caixa, entende que o assédio moral dentro do banco piorou durante os últimos 3 anos do governo de Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao UOL News nesta quinta-feira (30), ela relatou momentos de agressividade do ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães - que saiu do cargo após denúncias de assédio moral e sexual, que serão investigadas.
"O presidente da Caixa tem uma postura interna que é de uma pessoa agressiva. Passei por momentos complicados no conselho. Sou a única eleita e sou a única voz destoante. Votei contra projetos da atual gestão do banco. Sempre tive opinião crítica sobre os rumos do governo. Em alguns momentos tive que ouvir gritos e bater na mesa. Várias vezes perguntei se ele ia desrespeitar minha representação. Eu estava representando os trabalhadores do banco e, como conselheira, ele tem um voto e eu tenho um voto. Então é uma relação de iguais. Tive que me impor em discussões para fazer valer minha opinião. Essa postura agressiva dele eu relatei várias vezes, com entidades apoiando minha postura", contou Rita.
A conselheira disse que não sabia das denúncias de assédio sexual e tinha ouvido apenas "rumores". Mas ressaltou que o assédio moral era constante e contou como isso acontecia.
"O assédio moral é constante e as condições pioraram. Recebo reclamações e já cobrei do banco. O assédio moral existia em gestões anteriores. Mas ocorre que nesses três últimos anos esse processo piorou drasticamente, a ponto de funcionários relatarem que não podiam usar roupa vermelha, de serem submetidos à situação constrangedora de ter que fazer flexão. Isso ampliou no último período", relatou ela.
Depois Rita acrescentou que a pressão era exercida com mudanças de cargo. "É uma pressão com perseguição aos empregados. Na Caixa as pessoas podem perder funções, mas raramente perdem emprego. Ela é gerente hoje e amanhã deixa de ser. No último período tivemos troca constante de dirigentes. Temos vice-presidente que é o sexto ou sétimo. Diretoria trocou 10 vezes. Essa troca constante fez a diretoria perder inteligência".
Rita prometeu que vai sugerir a instalação de uma investigação externa sobre as denúncias de assédio sexual. E opinou que provavelmente o caso é mais grave. "Quando a mulher chega a denunciar assédio sexual em ambiente de trabalho é porque o negócio é mais sério do que fala".
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