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Idosa sofre golpes via pix e boletos, e banco terá de devolver R$ 60 mil

Golpistas usaram Pix, cartão de crédito e empréstimos pela conta da idosa, após pedir dados por telefone - Agência Brasil - Pix saque e Pix troco
Golpistas usaram Pix, cartão de crédito e empréstimos pela conta da idosa, após pedir dados por telefone Imagem: Agência Brasil - Pix saque e Pix troco

Do UOL, em São Paulo

13/07/2022 12h00Atualizada em 14/07/2022 09h29

O Banco do Brasil foi condenado a devolver cerca de R$ 60 mil para a professora aposentada Inazeli Azevedo Nóbrega e Silva, 78, vítima de um golpe em julho do ano passado. Ela ainda deve receber mais R$ 10 mil em indenização por danos morais, após ter tentado alertar a instituição sobre as transações fraudulentas em sua conta.

O advogado de Inazeli, Fabricio Posocco, detalhou que um suposto funcionário do banco ligou para a idosa em julho de 2021 alertando sobre uma tentativa de acesso à sua conta, que teria sido feita por criminosos. O homem orientou a cliente a refazer os procedimentos de segurança da conta corrente ainda por telefone, confirmando diversos dados pessoais.

Depois, em outra ligação, ela foi orientada a ir até sua agência para realizar pessoalmente os procedimentos de segurança, sendo atendida por outro rapaz, funcionário interno do Banco do Brasil. Mas, ao sair da agência, ela foi pega de surpresa ao ter o pagamento negado nos cartões de crédito e débito em uma farmácia da mesma região, em Santos, no litoral de São Paulo.

Ao chegar em casa e abrir o aplicativo bancário, ela percebeu que, no primeiro contato com o falso funcionário, tinha sido alvo de uma ligação telefônica falsa. Os criminosos pagaram boletos, fizeram transferências via Pix e contrataram empréstimos no nome da idosa.

A decisão favorável a Inazeli foi tomada em primeira instância pelo juiz Frederico dos Santos Messias, da 4ª Vara Cível de Santos, mas ainda cabe recurso, segundo informação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Ao justificar a sentença, o magistrado analisou os extratos apresentados pela defesa da professora e destacou que os gastos exorbitantes em um curto período de tempo eram incompatíveis com seu perfil como cliente.

"O banco deveria ter detectado as movimentações duvidosas e em desacordo com o perfil da autora. Porém, nada fez nesse sentido", argumentou Messias, destacando que faz parte do serviço prestado pelo banco perceber transações fora do padrão.

"A minha cliente é correntista de longa data, e seu perfil de consumo é de conhecimento da instituição financeira", declarou o advogado da idosa em nota, enviada ao UOL pelo seu escritório.

Além de receber os valores de volta e da indenização, a professora aposentada também fica livre de quitar dívidas feitas pelos golpistas e ainda pendentes em seu cartão de crédito.

Em nota, o Banco do Brasil destacou que entrou com apelação contra a decisão em primeira instância e que o recurso ainda está pendente de julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo.

"O BB somente se manifestará sobre o assunto nos autos do respectivo processo", concluiu o comunicado enviado ao UOL.