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Conselho da Petrobras considera indicados de Bolsonaro como inelegíveis

Fachada da Petrobras - Aleksandr_Vorobev/Getty Images
Fachada da Petrobras Imagem: Aleksandr_Vorobev/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

18/07/2022 18h10

De forma unânime, o Conselho de Administração da Petrobras considerou hoje o secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas Castro, e o procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano, como inelegíveis. Castro e Soriano foram indicações do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao conselho da estatal.

Ambos foram vetados por possíveis conflitos de interesse, com a justificativa para Castro se baseando em seu cargo na Casa Civil e a de Soriano ressaltando a não autorização de "pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a pessoa político administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade", além de que ele não teria "os requisitos necessários".

Dessa forma, os nomes dos indicados de Bolsonaro não irão para a assembleia geral dos acionistas. Se o presidente insistir na recomendação de Castro e Soriano, ele poderia inscrever os nomes de ambos diretamente na assembleia.

O chefe do Executivo tem protagonizado vários atritos com a estatal recentemente. Na semana passada, Bolsonaro ignorou críticas pelas trocas rápidas dos presidentes da Petrobras esse ano. Desde o início de seu governo, foram quatro pessoas à frente do comando da empresa

"Ah, ele trocou quatro vezes o presidente da Petrobras. Sim, se tiver que trocar cinco, eu troco. Não tem problema. Ninguém quer trocar o presidente da Petrobras para interferir. Quer trocar porque ele não tem aquele sentimento social que está previsto em lei", falou para apoiadores.

Na sexta-feira (15), o STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou que a Procuradoria-Geral da República tome o depoimento dos ex-presidentes da Petrobras Roberto Castello Branco e do Banco do Brasil Rubem Novaes. Ambos devem ser questionados sobre conversa que indicaria uma suposta interferência de Bolsonaro na estatal.

Em maio, o presidente reclamou do "lucro absurdo" da Petrobras e disse que o rendimento da empresa é "um estupro".

Cinco outras indicações foram aprovadas pelo Conselho hoje: Edison Garcia, Gileno Gurjão Barreto, Iêda Aparecida, Márcio Andrade Weber e Ruy Flaks Schneider. Eles serão conduzidos à assembleia geral no próximo mês.